Ricardo Salles diz que foi expulso do NOVO e que fica com Bolsonaro
"Entre Amoedo e Bolsonaro, fico com Bolsonaro!", escreveu o ministro, alvo de críticas crescentes diante da política ambiental do governo
João Pedro Caleiro
Publicado em 7 de maio de 2020 às 12h29.
Última atualização em 7 de maio de 2020 às 15h48.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , escreveu nesta quinta-feira (07) que foi comunicado da sua expulsão do Partido NOVO .
Em maio, o Diretório Nacional do Novo emitiu uma resolução determinando que qualquer filiado que venha a participar em um cargo público relevante em qualquer instância, quando não for indicado pelo NOVO, deveria solicitar a suspensão da sua filiação. A decisão, no entanto, não tinha efeito retroativo.
Em outubro, a filiação de Salles foi suspensa pela Comissão de Ética da legenda sob alegação de que o ministro vinha "desdenhando de dados científicos", "revogando políticas públicas sem qualquer debate prévio" e "atuando com absoluta irresponsabilidade" à frente da pasta.
A justificativa não foi a mesma relatada por Salles em sua postagem. "Fui comunicado da minha EXPULSÃO por ter assumido 'sem qualquer informação prévia ou pedido de autorização ao Partido NOVO', o cargo de Ministro de Estado do Meio Ambiente no governo do atual Presidente Sr. Jair Messias Bolsonaro", escreveu Salles, que ainda completou: "entre o ex-candidato à Presidência da República e presidente do Novo, João Amoêdo e Bolsonaro, fico com Bolsonaro!".
João Amoedo, que foi candidato à Presidência pelo Novo em 2018, respondeu que não se deveria criar nova polêmicas e desejou sucesso a Salles em uma nova legenda, e que ele "passe a fazer escolhas baseadas em ideias, princípios e valores".
Já o Novo destacou que a decisão do Comissão de Ética Partidária (CEP) ainda corre em sigilo e cabe recurso, e que não partiu do Diretório Nacional:
A associação com Salles causou desconforto crescente entre o partido diante da explosão de queimadas e desmatamento na Amazônia, que repercutiu internacionalmente.
Salles foi secretário particular de Alckmin entre 2013 e 2014 e Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo entre 2016 e meados de 2017.
Ele havia ganhado notoriedade como líder do movimento Endireita Brasil e concorreu em 2018 como deputado federal, mas não foi eleito.