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Resposta do Brasil à Aids não é exemplo, dizem especialistas

Segundo especialistas, a resposta brasileira à epidemia de aids não é mais um exemplo a ser seguido pelo mundo e precisa ser revista


	Aids: "o Brasil segue vendendo a imagem de um programa modelo. Mas como um país que exibe a marca de 12 mil mortes anuais por aids pode dizer isso?", diz pesquisador
 (Getty Images)

Aids: "o Brasil segue vendendo a imagem de um programa modelo. Mas como um país que exibe a marca de 12 mil mortes anuais por aids pode dizer isso?", diz pesquisador (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2016 às 22h22.

Brasília - A resposta brasileira à epidemia de aids não é mais um exemplo a ser seguido pelo mundo e precisa ser revista, afirmam especialistas reunidos pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids.

Em um documento lançado nesta segunda-feira, 18, no Brasil, e que deverá ser apresentado nesta quarta, 20, durante a Conferência Internacional de Aids, realizada na África do Sul, especialistas observam que as falhas encontradas no Brasil devem servir de alerta para outros países.

"O Brasil segue vendendo a imagem de um programa modelo. Mas como um país que exibe a marca de 12 mil mortes anuais por aids pode dizer isso?", afirma o pesquisador Veriano Terto, um dos participantes do trabalho.

"A epidemia está estabilizada em um alto patamar. Quando se olha para determinados grupos, no entanto, o que se vê é um crescimento expressivo da incidência de casos da doença." Homens que fazem sexo com homens, por exemplo, têm um risco 20 vezes maior de se contaminar.

Intitulado "Mito versos Realidade: sobre a resposta brasileira à epidemia de HIV e Aids em 2016", o documento traz análises da situação epidemiológica, social e de acesso a medicamentos. "Os textos mostram que a resposta brasileira atualmente é centrada na medicalização, menosprezando a prevenção", completa.

Para Terto, é preciso retomar as medidas que se destacaram no início do programa, quando se adotava estratégias ousadas para conseguir atingir públicos considerados mais vulneráveis.

"Com a onda conservadora, essas práticas foram deixadas de lado. Mas é preciso deixar claro que apenas testar e tratar o paciente não é suficiente."

Terto observa que não são todas as pessoas que conseguem acesso ao tratamento, que há falhas na assistência e que problemas ficam estampados pelos números da epidemia.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que uso do tratamento como ferramenta de prevenção é uma estratégia amparada nas mais recentes evidências científicas.

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