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Reservatórios de SP atingem pior nível desde a crise hídrica de 2015

Escassez de chuvas e aumento de até 60% no consumo pressionam os mananciais da região metropolitana

Onda de calor recorde acelera consumo de água e leva governo a adotar plano de contingência no abastecimento (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Onda de calor recorde acelera consumo de água e leva governo a adotar plano de contingência no abastecimento (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 15h44.

Dezembro de 2025 tem o pior nível dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo desde 2015, ano da mais grave crise hídrica do estado.

Dados da Sabesp mostram que, nesta segunda-feira, 29, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que reúne sete mananciais, operava com 26,1% da capacidade.

O Sistema Alto Tietê apresenta a situação mais crítica. O volume armazenado era de 19,7%, queda de 0,2 ponto percentual em relação ao domingo, 28. As represas desse sistema estão localizadas na região leste da Grande São Paulo, em municípios como Suzano e Mogi das Cruzes.

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Comparação dos níveis por ano em dezembro

  • 2025 - 26,1%
  • 2024 - 49%
  • 2023 - 67,3%
  • 2022 - 53%
  • 2021 - 38,2%
  • 2020 - 46,9%
  • 2019 - 56,9%
  • 2018 - 48,5%
  • 2017 - 49,3%
  • 2016 - 50,8%
  • 2015 - 22,2%

Segundo o governo de São Paulo, o cenário reflete a combinação de escassez de chuvas e aumento do consumo. Na última sexta-feira, 26, a gestão Tarcísio de Freitas informou que, durante a onda de calor que atinge o estado, a demanda por água chegou a crescer até 60%.

O que está por trás da nova onda de calor no Brasil?

No domingo, 28, a capital paulista registrou pela terceira vez em 2025 o dia mais quente do ano. A estação do Mirante de Santana, referência do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), marcou 37,2°C às 16h. Desde o início da onda de calor, na semana do Natal, foi a terceira quebra de recorde anual de temperatura.

O indíce também entrou para a série histórica iniciada em 1943 como a quarta maior temperatura já registrada no local, ficando próxima do recorde absoluto de 37,8°C, alcançado em 17 de outubro de 2014.

Diante das temperaturas elevadas e da pressão sobre o sistema, o abastecimento na região metropolitana segue um plano de contingência do governo estadual.

Atualmente, a pressão da água é reduzida por até dez horas no período noturno, entre 19h e 5h. De acordo com o governo, a medida gera uma economia diária equivalente a mais de 1,2 milhão de caixas-d’água de 500 litros.

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