"Quem tinha pedido requerimentos era Eduardo Cunha porque ele tinha valores a receber sobre esses assuntos e a Samsung tinha deixado de pagar", disse Youssef (REUTERS/Rodolfo Buhrer)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2015 às 20h01.
Brasília - O doleiro Alberto Youssef disse em depoimento à CPI da Petrobras nesta terça, 25, que o delator Júlio Camargo estava apreensivo com a pressão para que a Samsung Heavy Industries e a Mitsui pagasse propina ao núcleo peemedebista no esquema de corrupção na Petrobras.
Youssef disse que Camargo estava preocupado com requerimentos contra ele e as empresas apresentadas na Câmara dos Deputados em nome do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo Youssef, foram repassados ao grupo US$ 2,3 milhões em conta no exterior operada por Leonardo Meirelles, mais R$ 4 milhões que ele próprio pagou e outros R$ 6 milhões pagos por Camargo a Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.
Nas palavras de Youssef, Camargo queria "resolver a questão" e pediu sua ajuda para procurar Baiano e assim garantir os pagamentos.
"Quem tinha pedido requerimentos era Eduardo Cunha porque ele tinha valores a receber sobre esses assuntos e a Samsung tinha deixado de pagar", contou.
Durante a acareação, coube ao ex-diretor Paulo Roberto Costa detalhar o pagamento de propina para políticos. Costa disse que houve repasses à ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA), ao senador Edison Lobão (PMDB-MA) e ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).
"Na minha lembrança foi Alberto Youssef (quem pagou). A governadora confirmou que recebeu os valores", declarou Costa. Youssef negou repasse a Roseana.