Reprovação do governo Bolsonaro sobe de 33% para 38%, diz Datafolha
O aumento na taxa de reprovação acontece em meio às queimadas na Amazônia e à indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada brasileira nos EUA
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de setembro de 2019 às 07h26.
Última atualização em 2 de setembro de 2019 às 11h30.
São Paulo — A reprovação do governo de Jair Bolsonaro atingiu 38%, segundo pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (02). A alta representa um aumento percentual de cinco pontos em relação ao levantamento anterior, de julho.
Para o cálculo da reprovação, o Datafolha considera o índice de pessoas que avaliaram a administração atual como "ruim" ou "péssima".
Em comparação com o levantamento de julho, a aprovação da gestão Bolsonaro caiu dentro da margem de erro de dois pontos percentuais e foi de 33% para 29%. Já o índice regular de avaliação ficou estável, reduzindo de 31% para 30%.
Com o resultado, Bolsonaro segue sendo o presidente mais mal avaliado neste período de nove meses de governo, desde Fernando Henrique Cardoso.
O Datafolha ouviu 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 municípios, entre os dias 29 e 30 de agosto.A margem de erro é de dois pontos percentuais, tanto para mais quanto para menos.
Perdendo apoio
Na pesquisa de julho, os números apontavam para um Brasil dividido sobre a avaliação do governo Bolsonaro. No entanto, nos últimos dois meses cresceu a parcela de brasileiros que rejeitam a gestão atual.
A rejeição do presidente no Nordeste, região com maior oposição, disparou no período e saltou de 41% para 52%. A avaliação negativa coincide com o período que o presidente se envolveu em um conflito com os governadores da região, após ter criticado a gestão deles e os chamado de "paraíba".
Áreas tradicionalmente bolsonaristas, como o Sul, por exemplo, também registraram aumento na rejeição a Bolsonaro, que foi de 25% para 31%.
As mulheres seguem rejeitando mais o presidente do que os homens: 43% delas o acham ruim ou péssimo, contra 34% dos homens.
Segundo o Datafolha, as queimadas na Amazônia também interferiram no aumento da rejeição do presidente. Segundo pesquisa divulgada no domingo (01), há uma grande rejeição à condução de Bolsonaro na questão, com 51% dos entrevistados a considerando ruim ou péssima.
Entre outras medidas polêmicas dos últimos meses, o presidente anunciou que pretende indicar o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada em Washington e entrou em desacordo com o ministro da Justiça, Sergio Moro.
O presidente também sofreu perda de apoio entre os mais ricos, aqueles com renda mensal acima de 10 salários mínimos, de acordo com o levantamento. Neste segmento, a aprovação caiu para 37% em agosto ante 52% em julho.
Também aumentou a rejeição ao comportamento de Bolsonaro. Para 32%, o presidente não se comporta de forma adequada para o cargo em nenhuma ocasião, uma alta de sete pontos percentuais em relação a julho.
(Com Reuters)