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Representante do Mercosul crê que Dilma e Lula são inocentes

O alto representante do Mercosul, o brasileiro Florisvaldo Fier, disse que, em sua opinião, a presidente e o ex-presidente são inocentes

Mercosul: "se não há crime e há impeachment, a maioria dos juristas diz que é um golpe", disse Florisvaldo Fier (Norberto Duarte/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2016 às 17h54.

O alto representante do Mercosul , o brasileiro Florisvaldo Fier, mais conhecido como Dr. Rosinha, disse nesta terça-feira que, em sua opinião, tanto a presidente Dilma Rousseff como seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, são inocentes das diferentes acusações feitas contra os dois.

"Quando nossa Constituição cria o impeachment o faz como uma questão que pode ocorrer em caso de crime do presidente. Mas este crime não aconteceu, (Dilma) nem sequer é investigada", destacou Dr. Rosinha em entrevista concedida hoje à rádio uruguaia "El Espectador".

"Se não há crime e há impeachment, a maioria dos juristas diz que é um golpe. Eu, como acompanho o processo, entendo que sim" é um golpe de Estado, acrescentou o alto representante do bloco sul-americano integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

A abertura do processo de impeachment contra Dilma foi autorizado no último dia 17 de abril pelo plenário da Câmara dos Deputados por 367 votos a favor e 137 contra.

O processo se encontra atualmente no Senado, que tem que tomar a decisão de se segue adiante com ele ou não. Caso o aprove, Dilma terá que deixar o cargo durante 180 dias enquanto é julgada e aguarda a sentença definitiva.

Dr. Rosinha também indicou que a situação política que o país atravessa é "muito ruim" para a imagem do Brasil no exterior e que aprofunda ainda mais a aguda conjuntura econômica.

Por outro lado, o alto representante do Mercosul, que participou da fundação do PT, opinou que a corrupção no Brasil é "estrutural" e que tem uma dimensão institucional.

Sobre isso, acrescentou que no Brasil é necessária uma "reforma política radical".

Apesar de defender que a Justiça investigue todo aquele que seja considerado suspeito de ter cometido algum crime, Dr. Rosinha considerou que no Brasil essas ações são "seletivas" e que há políticos que estão "fora" desse sistema.

Para exemplificar esse assunto, o representante do bloco sul-americano mencionou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Perguntado sobre por que considera que isso ocorre, Dr. Rosinha disse que a polícia brasileira "não atua de forma transparente" e que se movimenta "ideológica e politicamente".

Por outro lado, também afirmou que não lhe consta nenhum movimento por parte dos chanceleres do Mercosul para solicitar a aplicação da cláusula democrática do bloco, que garante a legitimidade dos processos democráticos dos países que o integram, e tampouco o Brasil pediu uma avaliação do assunto.

Durante a entrevista Dr. Rosinha também foi perguntado sobre o acordo de livre-comércio que Mercosul e União Europeia negociam há vários anos e se mostrou esperançoso em que no próximo dia 11 de maio - data prevista para a troca de ofertas - o assunto possa avançar apesar dos receios de vários países do bloco europeu.

Além disso, destacou que para que se finalize o processo de adesão da Bolívia ao Mercosul ainda falta a ratificação do Paraguai e do Brasil e ressaltou que o Equador "deseja" entrar no bloco, mas que primeiro deve "solucionar alguns acordos de relações comerciais internacionais".

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O alto representante do Mercosul , o brasileiro Florisvaldo Fier, mais conhecido como Dr. Rosinha, disse nesta terça-feira que, em sua opinião, tanto a presidente Dilma Rousseff como seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, são inocentes das diferentes acusações feitas contra os dois.

"Quando nossa Constituição cria o impeachment o faz como uma questão que pode ocorrer em caso de crime do presidente. Mas este crime não aconteceu, (Dilma) nem sequer é investigada", destacou Dr. Rosinha em entrevista concedida hoje à rádio uruguaia "El Espectador".

"Se não há crime e há impeachment, a maioria dos juristas diz que é um golpe. Eu, como acompanho o processo, entendo que sim" é um golpe de Estado, acrescentou o alto representante do bloco sul-americano integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

A abertura do processo de impeachment contra Dilma foi autorizado no último dia 17 de abril pelo plenário da Câmara dos Deputados por 367 votos a favor e 137 contra.

O processo se encontra atualmente no Senado, que tem que tomar a decisão de se segue adiante com ele ou não. Caso o aprove, Dilma terá que deixar o cargo durante 180 dias enquanto é julgada e aguarda a sentença definitiva.

Dr. Rosinha também indicou que a situação política que o país atravessa é "muito ruim" para a imagem do Brasil no exterior e que aprofunda ainda mais a aguda conjuntura econômica.

Por outro lado, o alto representante do Mercosul, que participou da fundação do PT, opinou que a corrupção no Brasil é "estrutural" e que tem uma dimensão institucional.

Sobre isso, acrescentou que no Brasil é necessária uma "reforma política radical".

Apesar de defender que a Justiça investigue todo aquele que seja considerado suspeito de ter cometido algum crime, Dr. Rosinha considerou que no Brasil essas ações são "seletivas" e que há políticos que estão "fora" desse sistema.

Para exemplificar esse assunto, o representante do bloco sul-americano mencionou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Perguntado sobre por que considera que isso ocorre, Dr. Rosinha disse que a polícia brasileira "não atua de forma transparente" e que se movimenta "ideológica e politicamente".

Por outro lado, também afirmou que não lhe consta nenhum movimento por parte dos chanceleres do Mercosul para solicitar a aplicação da cláusula democrática do bloco, que garante a legitimidade dos processos democráticos dos países que o integram, e tampouco o Brasil pediu uma avaliação do assunto.

Durante a entrevista Dr. Rosinha também foi perguntado sobre o acordo de livre-comércio que Mercosul e União Europeia negociam há vários anos e se mostrou esperançoso em que no próximo dia 11 de maio - data prevista para a troca de ofertas - o assunto possa avançar apesar dos receios de vários países do bloco europeu.

Além disso, destacou que para que se finalize o processo de adesão da Bolívia ao Mercosul ainda falta a ratificação do Paraguai e do Brasil e ressaltou que o Equador "deseja" entrar no bloco, mas que primeiro deve "solucionar alguns acordos de relações comerciais internacionais".

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