Brasil

RenovaBR tem patrocínio de Huck e alinhamento na economia

No entanto, com um quadro partidário que vai do PSL ao PDT e PSB, os eleitos do grupo de renovação política RenovaBR, divergem sobre costumes

Brasília: plenário da Câmara dos Deputados (Luis Macedo/Agência Câmara)

Brasília: plenário da Câmara dos Deputados (Luis Macedo/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 11h38.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 19h24.

São Paulo - Com nove deputados federais, um senador e um arco partidário que vai do PSL ao PDT e PSB, os eleitos do grupo de renovação política RenovaBR inauguraram sua primeira "legislatura" com um discurso afinado com a pauta econômica do governo e críticas à "caixa preta" do Poder Judiciário.

Até agora, apresentaram ou trabalham em projetos de lei com focos diferentes. "Temos abertura e capacidade de diálogo com pessoas de opiniões diferentes, sempre pensando em fazer o País andar para frente", afirmou o deputado federal Tiago Mitraud (Novo-MG).

Uma das primeiras ações de três integrantes do grupo foi criar um gabinete compartilhado. O local terá oito funcionários especializados em temas como econometria, análise de dados, gestão de políticas públicas e temas jurídicos. Alguns profissionais serão responsáveis por acompanhar comissões específicas.

Segundo a deputada Tábata Amaral (PDT-SP), trata-se de uma forma inovadora de gerir o dinheiro público. "Com isso, pudemos economizar 20% da verba de gabinete." Os funcionários serão importantes para subsidiar os trabalhos do deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) e do senador Alessandro Vieira (PPS-SE), que vai liberar parte de seu gabinete para a empreitada.

Bolsas

No ano passado, o RenovaBR foi a base de lançamento da candidatura presidencial do apresentador Luciano Huck, que teria o então governador capixaba Paulo Hartung como vice. O projeto, porém, acabou não se concretizando, mas o RenovaBR transformou-se num programa bem-sucedido de bolsas para formação de políticos em início de carreira.

Com sede própria e uma orçamento de R$ 5 milhões, o grupo tem Huck como um dos seus patrocinadores. Em seu primeiro ano de atividade, o RenovaBR formou 133 lideranças. Entre eles, 120 registraram candidatura no TSE e 17 foram eleitos (um senador, sete deputados estaduais e nove deputados federais). Cada integrante recebeu uma bolsa que variou entre R$ 5 mil e R$ 12 mil e participou de um curso de 5 meses.

Entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, os parlamentares foram para a sala de aula participar do curso Gestão Estratégica para Mandatos Legislativos. A iniciativa foi aberta e recebeu outros 56 parlamentares eleitos que não faziam parte do grupo.

Em 2019, os eleitos, todos neófitos, voltaram à sala de aula, dessa vez para aprender sobre regimento, reformas, atuação parlamentar e outros temas ligados ao mandato. "Não há muita convergência na pauta de costumes, mas tende a ter bastante na econômica, especialmente sobre a necessidade da reforma da Previdência", disse o empresário Eduardo Mufarej, fundador do RenovaBR.

"É necessária uma reforma dura que atinja a todos na proporção que cada um aguente. É preciso ser rigoroso com o topo do funcionalismo, que tem mais privilégios e que causa os maiores déficits. É um sacrifício que todos teremos que fazer pela sustentabilidade fiscal do País. Apoio capitalização (para financiar a Previdência) e uma transição cuidadosa", disse o deputado Felipe Rigoni (ES), do PSB.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosReforma da PrevidênciaRenovaBRSenado

Mais de Brasil

Bolsonaro critica prisão de Braga Netto: 'Como pode obstruir investigações já concluídas?'

Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas a ser preso após a redemocratização

Prisão de Braga Netto é mantida em audiência de custódia

Entenda por que Braga Netto ficará preso em unidade militar, não em cadeia comum