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Renan indica ser a favor de convocação para impeachment

O presidente do Congresso sinalizou ser a favor da convocação extraordinária para que o Legislativo acelere a apreciação do processo de impeachment


	O presidente do Senado, Renan Calheiros: aceno dele ajuda os planos de Dilma
 (Paulo Whitaker/REUTERS)

O presidente do Senado, Renan Calheiros: aceno dele ajuda os planos de Dilma (Paulo Whitaker/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 17h25.

Brasília - O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou nesta terça-feira, 8, ser a favor da convocação extraordinária para que o Legislativo acelere a apreciação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O aceno dele ajuda os planos de Dilma, que tem defendido acelerar a análise do processo de impedimento. "Cruzar os braços neste momento é fragilizar a representação política e agravar as crises que estão postas, social, política e econômica", disse ele.

O peemedebista, contudo, ressalvou que uma decisão sobre a convocação de deputados e senadores para trabalharem em janeiro não será decidida esta semana pelos parlamentares. Segundo o peemedebista, líderes partidários serão consultados sobre a decisão.

"Essa não é a agonia desta semana, é uma decisão para o dia 16, 17, 18, vamos ter um tempinho aí. Brasil, mais do que querer, cobra que o maior partido ajude a sair da crise, essa é a nossa responsabilidade", avaliou.

Mais cedo, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, revelou que Renan avalia uma nova estratégia para realizar a convocação extraordinária do Congresso com um pedido assinado por apenas por 27 senadores e 171 deputados. O objetivo é evitar o recesso parlamentar e ajudar a Dilma a acelerar a votação do processo de impeachment.

O governo aposta ter votos para derrubar o pedido de afastamento agora, mas teme que isso mude no futuro se o processo se arrastar ao longo de 2016.

A nova estratégia tem como objetivo também abandonar a ideia de retardar propositalmente a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 para levar à manutenção automática dos trabalhos do Congresso no recesso.

Renan quer utilizar um artigo da Lei de Crime de Responsabilidade - a mesma do processo de impeachment - para justificar a convocação extraordinária sem necessidade de realização de votações nas duas Casas Legislativas por maioria absoluta dos votos (257 deputados e 41 senadores), como determina a Constituição.

O artigo 37 da Lei de Crime de Responsabilidade diz que "o Congresso Nacional deverá ser convocado, extraordinariamente, pelo terço de suas Câmaras (Senado e Câmara), caso a sessão legislativa se encerre sem que se tenha ultimado o julgamento do Presidente da República (...)". Um terço do Senado é formado por 27 senadores. Já um terço da Câmara contém 171 deputados.

Nesta segunda-feira, 7, o Broadcast noticiou que Renan e o governo negociaram adiar propositalmente a votação da LDO para ajudar Dilma durante o recesso parlamentar. A avaliação do Palácio do Planalto é de que haveria votos para barrar o afastamento dela.

A estratégia de "sacrificar" a LDO, porém, foi criticada por setores da equipe econômica e do Congresso. Aliados próximos a Renan, como os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Rose de Freitas (PMDB-ES), posicionaram-se contra a ideia. Presidente da Comissão de Orçamento (CMO), ela disse que cancelar a LDO seria "a falência do Brasil".

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse hoje que iria recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o Congresso viesse a funcionar em janeiro com base na não votação da LDO de 2016. Ele defende que o Congresso antecipe em 15 dias a volta aos trabalhos no próximo ano - em meados de janeiro, em vez de 1º de fevereiro - para apreciar o processo de impeachment contra Dilma.

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