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Renan é denunciado na Lava-Jato

A Procuradoria-Geral da República entregou nesta segunda-feira uma denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). É a segunda resultante dos 11 inquéritos a que respondia no Supremo Tribunal Federal, e a primeira proveniente das investigações da Operação Lava-Jato — há ainda outros sete inquéritos. Para que Calheiros vire réu, o ministro relator Teori Zavascki precisa […]

RENAN CALHEIROS: ele tem 15 dias para responder à denúncia da Procuradoria-Geral da República / Adriano Machado/ Reuters (Adriano Machado/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 17h57.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.

A Procuradoria-Geral da República entregou nesta segunda-feira uma denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). É a segunda resultante dos 11 inquéritos a que respondia no Supremo Tribunal Federal, e a primeira proveniente das investigações da Operação Lava-Jato — há ainda outros sete inquéritos. Para que Calheiros vire réu, o ministro relator Teori Zavascki precisa aceitá-la, e depois ter a anuência do plenário do Supremo.

Renan já é réu por peculato na investigação de que teria usado influência política para que a empreiteira Mendes Júnior pagasse a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso. Desta vez, o senador e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) são acusados de receber 800.000 reais em propina em troca de apoio para manter Paulo Roberto Costa como diretor de abastecimento da Petrobras. Costa foi o primeiro delator da Lava-Jato e trabalhava como ponte entre políticos e empreiteiros que se revezavam em vultosos contratos com a estatal. Na denúncia aberta contra Renan, a empreiteira em questão é a Serveng, que lavou o dinheiro dado aos parlamentares através de doações oficiais de campanha e ao partido.

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O caminho do dinheiro, então, foi do diretório nacional do PMDB para o comitê financeiro em Alagoas, chegando a Renan e Aníbal. Segundo o MPF, foram repassados 500.000 reais em 18 de agosto de 2010 e 300.000 reais em 24 de setembro de 2010. Além da devolução do dinheiro e outros 800.000 reais em reparações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer a perda do mandato dos congressistas.

Analistas políticos ouvidos por EXAME Hoje acreditam que a denúncia traz prejuízos ao governo Michel Temer. Ainda que Renan esteja perto de deixar o posto de presidente do Senado, a denúncia coloca pressão da oposição ao não reconhecer sua legitimidade para pautar e dirigir a Casa. “Temer se apoia muito no Renan para seguir com a pauta dele. Quanto mais fraco o Renan, pior para Temer no curto prazo”, diz Wagner Parente, diretor da consultoria política Barral M Jorge.

Além de embolar ainda mais a articulação política no Congresso, a denúncia é um instrumento de acusação que o obriga a se defender e se expor. O prazo é de 15 dias para responder à Justiça. Em nota, como esperado, Renan “reitera que suas contas eleitorais já foram aprovadas e está tranquilo para esclarecer esse e outros pontos da investigação”. O cerco se fecha.

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