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Renan e Cunha articulam derrubar veto de Dilma no IR

Para demonstrar sintonia, o presidente do Senado e o da Câmara encamparam proposta para agilizar votações de vetos, como o da correção de 6,5% na tabela do IR

Dilma: iniciativa também tem como pano de fundo um recado ao Palácio do Planalto da "harmonia" construída internamente no PMDB (Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas)
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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 21h27.

Brasília - Numa tentativa de demonstrar sintonia na condução das atividades legislativas, o presidente do Senado , Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encamparam proposta para agilizar as votações dos vetos presidenciais no Congresso Nacional.

Os dois peemedebistas se reuniram na tarde desta segunda-feira, 9, no gabinete de Cunha para discutir a votação pela Mesa Diretora das respectivas Casas de um projeto de resolução, que estabelece a apreciação de vetos presidenciais por meio eletrônico. A ideia é dar agilidade ao processo de votação dos vetos atualmente feito por cédulas de papel.

No encontro, ficou acertado que os integrantes das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado deverão discutir sobre um mesmo projeto de resolução antes da próxima sessão do Congresso, marcada para a primeira terça-feira após o Carnaval.

"Tratamos de vetos e da necessidade de regulamentarmos o processo de discussão e apreciação de vetos. Isso facilitará sem dúvida nenhuma o desempenho do Congresso neste aspecto", ressaltou Renan Calheiros.

Entre os primeiros vetos que podem ser votados no modelo eletrônico está o feito pela presidente Dilma na Medida Provisória que estabeleceu a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.

Na justificativa do veto, o governo alegou que o reajuste aprovado pelos congressistas na tabela "levaria à renúncia fiscal na ordem de R$ 7 bilhões, sem vir acompanhada da devida estimativa do impacto orçamentário-financeiro, violando o disposto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal".

Após o veto, integrantes da equipe econômica do governo ficaram de editar uma nova MP sobre o tema, mas até o momento a nova proposta não foi encaminhada para discussão dos parlamentares. "Vai ser um debate político, pode ser que até o dia em que votarmos isso tenha sido encaminhado . Acredito que isso deverá ocorrer. Obviamente o encaminhamento facilitará, e muito, a manutenção do veto" , avaliou Eduardo Cunha.

A iniciativa dos presidentes das duas Casas também tem como pano de fundo um recado ao Palácio do Planalto da "harmonia" construída internamente no PMDB entorno da condução das ações na área política. Há ainda sequelas na relação com o governo após a disputa pela presidência da Câmara em que integrantes da equipe de Dilma trabalharam contra a candidatura de Cunha.

Além disso, dentro da cúpula do PMDB a criação do Partido Liberal, conduzido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e apoiado pelo Palácio, também é visto como uma tentativa de "destruir" o partido. "O nosso propósito é harmonizar uma agenda comum que ajude na produção legislativas. Nós não tratamos especificamente de nada. A minha visita demonstra sobretudo que vamos estar juntos", ressaltou Renan.

São Paulo - Na noite deste domingo, Eduardo Cunha ( PMDB ) foi eleito o novo presidente da Câmara dos Deputados . Cunha derrotou o candidato do governo Arlindo Chinaglia (PT), além de Júlio Delgado (PSB) e Chico Alencar (PSOL). A vitória de Eduardo Cunha é vista como uma derrota para o governo, que fez forte campanha por Chinaglia. Além disso, a vitória põe fim ao acordo entre PT e PMDB que determinava o revezamento dos dois partidos no comando da Casa. Embora Cunha seja do PMDB, partido que faz parte da base de apoio do governo, ele foi o líder do bloco de deputados que no, ano passado, impôs duras derrotas a Dilma em votações na Casa. Com sua eleição, a expectativa é que a presidente Dilma Rousseff enfrente dificuldades nas negociações com a Câmara, já que em seu discurso de vitória, Cunha fez questão de deixar claro que seu mandato será marcado pela independência da Casa. Veja nos slides 10 frases de Eduardo Cunha que mostram o tamanho do desafio que Dilma terá com a Câmara daqui para a frente.
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