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Renan diz que aumento de impostos parece "improvisação"

Calheiros dirigiu suas críticas ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dizendo que declarações desmerecem credibilidade

Renan Calheiros: "não se pode improvisar usando esse tipo de argumento, como 'se houver venda de hidrelétricas'" (Senado/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de março de 2017 às 14h12.

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), escolheu nesta quinta-feira, 23, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como alvo de suas críticas e disse que a ideia do governo de aumentar impostos para evitar um corte mais robusto no Orçamento parece uma "improvisação".

Horas antes, Meirelles havia dito que, entre as alternativas para elevar a arrecadação federal neste ano estão a alta de tributos e a privatização de usinas hidrelétricas.

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"Meirelles não pode fazer esse tipo de declaração porque isso desmerece a credibilidade dele", afirmou Renan. "Ele é fator de estabilização, não de desestabilização. Não se pode improvisar usando esse tipo de argumento, como 'se houver venda de hidrelétricas', 'se' isso, 'se' aquilo..."

Ex-presidente do Senado e citado pela Operação Lava Jato, Renan está em atrito com o governo desde o início do ano. Nos últimos dias, atacou a reforma da Previdência, que definiu como "exagerada", bombardeou a escolha de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça e disse que o Palácio do Planalto está sob influência do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato.

"Comemorar a queda da inflação e dos juros, com esse nível de desemprego e essa recessão, acaba passando a ideia de que o País é apenas estatística", criticou o senador.

A equipe econômica anunciou na Quarta-feira (22) que o Orçamento para este ano tem um rombo de R$ 58,2 bilhões. Meirelles repetiu na quinta que o aumento de receitas é fundamental para evitar um corte de gastos muito alto. O governo teme que, se a tesourada for além da conta, haja paralisia administrativa, tornando inviáveis os programas sociais.

Balança

O núcleo político do Planalto quer um contingenciamento inferior a R$ 40 bilhões, mas, para tanto, será preciso elevar tributos. O tamanho do aumento de impostos, porém, dependerá dos processos judiciais que devem ser julgados nos próximos dias, entre eles alguns envolvendo a liberação de usinas hidrelétricas para privatização.

"O Congresso tem ajudado o governo de todas as formas, mas não é possível suportar aumento de impostos. Nós fizemos a repatriação e toda essa anistia justamente para não sobrecarregar ainda mais o contribuinte", insistiu Renan.

Auxiliares do presidente Michel Temer interpretaram os últimos movimentos de Renan como um sinal de que ele se sente "desprestigiado". Na quarta-feira, o senador não compareceu nem mesmo a uma reunião com Temer e líderes de partidos, no Planalto, para discutir a reforma da Previdência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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