Renan defende Temer e diz que pode cancelar recesso
Renan afirmou que, se necessário, cancelará o recesso de fim de ano do Senado para garantir a votação de medidas que interessam ao governo
Reuters
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 17h49.
Última atualização em 25 de novembro de 2016 às 17h58.
São Paulo - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta sexta-feira que as acusações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero não atingem o presidente Michel Temer e afirmou que, se necessário, cancelará o recesso de fim de ano do Senado para garantir a votação de medidas que interessam ao governo, como a proposta que limita os gastos públicos.
Em nota divulgada pela presidência do Senado, Renan também afirmou que a saída de Geddel Vieira Lima do cargo de ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação do governo, não altera o calendário de votações do Senado.
"As alegações do ex-ministro da Cultura não afetam o Presidente Michel Temer, que reúne todas as condições para levar adiante o processo de transição. As mexidas ministeriais tampouco afetarão o calendário de votações do Senado", disse Renan na nota.
"Se necessário, o recesso parlamentar de fim de ano será cancelado para viabilizar essa agenda de desenvolvimento no país que integre os três Poderes da República", acrescentou o presidente do Senado, afirmando ainda que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), "tem diante de si essa mesma oportunidade e pode adotar votações expressas".
Calero, que pediu demissão do governo na semana passada, disse no último fim de semana que Geddel o pressionou para liberar a obra de um empreendimento imobiliário em Salvador, que havia sido embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no qual Geddel havia comprado um apartamento.
Posteriormente, em depoimento à Polícia Federal cujo teor foi confirmado à Reuters por uma fonte com conhecimento do assunto, Calero afirmou que o próprio Temer também o pressionou para que encontrasse uma "saída" para encaminhar o caso à Advocacia-Geral da União (AGU) que teria uma solução para o impasse.
Ainda de acordo com o depoimento de Calero, Temer afirmou que o episódio havia irritado Geddel e gerado dificuldades a seu governo.
O Senado deve votar na semana que vem em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição que limita o crescimento dos gastos públicos e é apontada como prioridade legislativa do governo Temer.
A conclusão da análise da PEC, com sua votação em segundo turno, está marcada para o dia 13 de dezembro.