O relatório da Polícia Federal sobre as anotações do empresário Marcelo Odebrecht possui tarjas porque se trata de investigação de 1ª instância na Justiça (Rodolfo Burher/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2015 às 09h19.
São Paulo - Por se tratar de investigação na 1ª instância da Justiça, o relatório da Polícia Federal sobre as anotações do empresário Marcelo Odebrecht, revelado pela reportagem na terça-feira passada, possui tarjas pretas cobrindo os nomes de políticos.
A medida da PF, de cobrir os nomes, tem como objetivo preservar as investigações. As tarjas estão sobre as citações feitas a políticos que detêm, conforme a lei, foro privilegiado perante os tribunais superiores.
Com várias siglas e referências a obras e aos políticos, o relatório consta das investigações da 14ª fase da Lava Jato que correm na 1.ª instância na Justiça Federal no Paraná.
Essa prática utilizada pela Polícia Federal é corriqueira quando a investigação depara com nomes e dados pessoais (como telefones) de parlamentares que só podem ser julgados perante o Supremo Tribunal Federal.
A partir do relatório, os investigadores transcrevem mensagens que citam várias siglas e levantam dados de contatos e agenda no aparelho do executivo que, de acordo com os próprios investigadores e conforme divulgado pela reportagem, indicam nomes de políticos.
Em alguns casos, há registros de reuniões do empreiteiro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em outubro de 2014. O governador admitiu ter se encontrado com Odebrecht.
Também há registro de reunião com o vice-presidente Michel Temer. No caso de Alckmin e Temer, os nomes não foram preservados porque, segundo a PF, apareciam citados na agenda em reuniões oficiais com o empreiteiro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.