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Relatório critica Rio-2016 e denuncia "jogos da exclusão"

Para o coletivo, as olimpíadas deixarão como "legado" elitização das instalações esportivas, transporte desigual, repressão policial, e até trabalho escravo

Olimpíadas: "Será a Olimpíada da exclusão. Estamos desperdiçando oportunidades de promover a integração social" (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 07h33.

O Rio de Janeiro será uma cidade "mais segregada" depois dos Jogos Olímpicos de 2016, criticou nesta terça-feira o Comitê Popular Copa e Olimpíadas, que lamentou uma "oportunidade desperdiçada" de integrar a população carioca e democratizar o esporte.

Para o coletivo, que divulgou seu quarto relatório sobre o evento, as primeiras olimpíadas realizadas em solo sul-americano deixarão como 'legado' remoções, elitização das instalações esportivas, sistema de transporte desigual, repressão policial, e até trabalho escravo.

Exatamente o oposto da promessa de "legado de tolerância, paz e inclusão social" prometido pelas autoridades.

"Será a Olimpíada da exclusão. Estamos desperdiçando oportunidades de promover a integração social. Infelizmente, a cidade não será mais justa, nem mais democrática", afirmou em entrevista coletiva Orlando Santos Júnior, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenador do relatório.

Não existem números oficiais, mas o coletivo calculou que 4.120 famílias foram removidas, e outras 2.486 continuam ameaçadas, "por razões direta ou indiretamente vinculadas a intervenções do projeto olímpico".

O Comitê Popular também considera que "os investimentos em transporte público estão distribuídos de forma muito desigual", e faz fortes críticas sistema de ônibus BRT, que chama de "ineficiente e poluente".

Ainda sobre o tema do meio ambiente, o coletivo ainda juntou-se ao coro dos críticos pela falta de empenho das autoridades na despoluição da Baia de Guanabara, que receberá as provas de vela.

Citando uma denúncia do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, o relatório também apontou que uma empreiteira responsável pela construção da Vila Olímpica chegou a "manter 11 trabalhadores em situação análoga à escravidão".

"O Rio já era uma cidade segregada, que nunca teve justiça social, mas este projeto alimenta esta segregação e deixa a cidade mais desigual", completou Orlando Santos Júnior.

Solicitada pela AFP, a prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que não se pronunciará sobre o relatório por "não ter conhecimento total do seu conteúdo.

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Para o coletivo, que divulgou seu quarto relatório sobre o evento, as primeiras olimpíadas realizadas em solo sul-americano deixarão como 'legado' remoções, elitização das instalações esportivas, sistema de transporte desigual, repressão policial, e até trabalho escravo.

Exatamente o oposto da promessa de "legado de tolerância, paz e inclusão social" prometido pelas autoridades.

"Será a Olimpíada da exclusão. Estamos desperdiçando oportunidades de promover a integração social. Infelizmente, a cidade não será mais justa, nem mais democrática", afirmou em entrevista coletiva Orlando Santos Júnior, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenador do relatório.

Não existem números oficiais, mas o coletivo calculou que 4.120 famílias foram removidas, e outras 2.486 continuam ameaçadas, "por razões direta ou indiretamente vinculadas a intervenções do projeto olímpico".

O Comitê Popular também considera que "os investimentos em transporte público estão distribuídos de forma muito desigual", e faz fortes críticas sistema de ônibus BRT, que chama de "ineficiente e poluente".

Ainda sobre o tema do meio ambiente, o coletivo ainda juntou-se ao coro dos críticos pela falta de empenho das autoridades na despoluição da Baia de Guanabara, que receberá as provas de vela.

Citando uma denúncia do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, o relatório também apontou que uma empreiteira responsável pela construção da Vila Olímpica chegou a "manter 11 trabalhadores em situação análoga à escravidão".

"O Rio já era uma cidade segregada, que nunca teve justiça social, mas este projeto alimenta esta segregação e deixa a cidade mais desigual", completou Orlando Santos Júnior.

Solicitada pela AFP, a prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que não se pronunciará sobre o relatório por "não ter conhecimento total do seu conteúdo.

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