O presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo, e o relator, deputado Odair Cunha, durante reunião administrativa para votar requerimentos (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h11.
Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), quer a comissão centrada mais na investigação da relação dos governos com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, do que nas atividades da empresa Delta junto aos governos.
"O fato determinado da nossa CPMI é identificar a relação do Cachoeira com os governos, com órgãos de Estado. Não é investigar a relação da empresa Delta com governos", disse o relator à Agência Brasil.
Odair Cunha quer a comissão perseguindo o "foco", que, segundo ele, está nas relações de Cachoeira com entes públicos. "A relação da Delta com governos não deve ser investigada por nós, porque senão vamos perder o nosso foco. É preciso nos preocuparmos com o fato determinado que originou essa investigação".
"Abrir a investigação de maneira ampla, geral e irrestrita não é bom método de investigação. Não é um método eficiente. Fazendo isso, pode ser que a gente deixe de fora ao fim de nossa investigação, as pessoas que o Cachoeira corrompeu", disse o relator.
Ontem (8) o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) criticou a posição do relator de não pautar os requerimentos de convocação do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot. Além disso, o senador acusou o relator de fazer uma "blindagem" a Delta. “Tudo que tem interface com a Delta tem sido sobrestado", reclamou Rodrigues.
Rodrigues é um dos parlamentares que pressiona para que na próxima quinta-feira (14) haja uma sessão administrativa para votar os requerimentos de convocação de Pagot. Ele também quer que a comissão julgue 28 requerimentos de quebra de sigilos de empresas "laranjas" que teriam recebido dinheiro da Delta.
Já o relator é contrário à sessão administrativa. "Temos 70 convocações de pessoas já feitas e 38 quebras [de sigilo] de pessoas jurídicas, além de 12 de pessoas físicas, que precisam ser analisadas. Nós não podemos sair quebrando sigilos de pessoas e empresas ao sabor das pressões políticas e partidárias".