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Relator diz que PT protege Vargas em processo

Relator Júlio Delgado disse que não comparecimento das testemunhas do PT na oitiva da manhã desta quarta demonstra interesse da sigla em proteger ex-petista


	André Vargas: Delgado condenou tentativa da defesa de Vargas de "protelar" trâmite do processo
 (Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)

André Vargas: Delgado condenou tentativa da defesa de Vargas de "protelar" trâmite do processo (Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 15h10.

Brasília - O relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que o não comparecimento das testemunhas do PT na oitiva da manhã desta quarta-feira demonstra o interesse da sigla em proteger o ex-petista. "Há um ato de proteção ao mandato de André Vargas", afirmou Delgado.

Das oito testemunhas arroladas pelo relator, nenhuma compareceu à reunião do Conselho de Ética, entre elas os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder Vicentinho (SP) e o presidente nacional da sigla, Rui Falcão (SP).

O doleiro Alberto Youssef, preso no Paraná, prestará esclarecimentos via videoconferência no dia 1º de julho, e o dono do jatinho que o doleiro cedeu a Vargas, o empresário Bernardo Tosto, responderá por escrito às perguntas do Conselho. Quem não compareceu à sessão de hoje receberá nova notificação.

Delgado também condenou a tentativa da defesa de Vargas de "protelar" o trâmite do processo.

Mais uma vez, o advogado Michel Saliba pediu hoje que os membros do Conselho avaliem primeiramente os autos da operação Lava Jato antes de ouvir as testemunhas.

O defensor alegou que Vargas ainda não responde formalmente a nenhum inquérito e que não há elementos para julgá-lo de forma equilibrada.

"Não teríamos elementos para chegar a um julgamento minimamente justo", afirmou Saliba.

O advogado disse que a defesa ainda não estuda nenhuma ação judicial contra o trâmite do processo no Conselho de Ética. Ele, no entanto, questionou a pressa em analisar o caso antes do início do recesso parlamentar de meados de julho.

"Acho que é um atropelo desnecessário que pode gerar nulidade (no futuro). Acho preocupante agir de maneira açodada", disse.

Saliba também rebateu a tese de proteção do PT ao parlamentar, uma vez que Vargas se desfiliou do partido.

Ele concluiu que o caso André Vargas tem tirado o foco da CPI da Petrobras, principalmente das denúncias envolvendo a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

O estado foi governado pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB), aliado do relator do processo contra Vargas. "O destaque excessivo ao deputado André Vargas me causa estranheza", insinuou.

Aos jornalistas, o advogado negou que Vargas tenha mantido uma relação com o doleiro Alberto Youssef e sim com o "empresário Alberto Youssef".

Segundo Saliba, o ex-petista não tinha "bola de cristal" para saber que Youssef continuava a agir como doleiro e que o deputado não está envolvido com as acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

"A relação dele (Vargas) é institucional, de colaboração com o empresário", respondeu.

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