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Relator da reforma trabalhista entregará seu parecer na 3ª

Ferraço havia suspendido o cronograma de tramitação da reforma na quinta-feira, alegando que a crise com a gravação do empresário da JBS era "devastadora"

Senado (Adriano Machado/REUTERS/Reuters)

Senado (Adriano Machado/REUTERS/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 16h36.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 17h53.

Na tentativa de retomar as atividades do Senado após o impacto causado pela delação da JBS, o presidente em exercício do PSDB e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Tasso Jereissati (CE), anunciou hoje (22) a retomada do calendário de análise da reforma trabalhista, com a apresentação do relatório amanhã (23).

A oposição promete obstruir os trabalhos.

Na quinta-feira passada, o relator da proposta, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), havia suspendido o cronograma de apreciação da matéria em virtude da crise que se instalou no governo após as denúncias contra o presidente Michel Temer.

Seguindo estratégia definida ontem (21) em jantar realizado no Palácio do Planalto, os tucanos afirmaram hoje que a agenda de trabalho do Senado não pode ser paralisado em virtude da crise vivida pelo governo.

"A questão [da reforma] não é de governo, mas de país. Nosso compromisso é com o país e mostrar que estamos trabalhando normalmente e que os acontecimentos políticos independem dos acontecimentos daqui", disse Jereissati.

Segundo ele, a reforma trabalhista está "dentro da linha" programática do partido.

"A questão é que não devemos deixar o país degringolar por causa da crise do governo", afirmou.

Na mesma linha, o relator da reforma trabalhista disse que o país "precisa seguir em frente".

"Independentemente das pessoas, temos que seguir em frente e o Brasil não pode ficar à mercê de enfrentar certas verdades sob pena de impormos à realidade brasileira uma crise social ainda maior", disse Ferraço.

Segundo o senador capixaba, amanhã o relatório será lido e posteriormente será concedida vista coletiva.

"Um passo de cada vez. O passo que daremos amanha é na direção de fazer a leitura do relatório. Ele não será votado amanhã".

Já o vice-líder do PT, senador Lindbergh Farias (RJ), considerou "um escândalo", a tentativa de a base aliada de retomar a tramitação da reforma trabalhista.

"Ninguém conversou com a gente da oposição sobre isso. Achamos uma provocação. Posso dizer aqui que só leem esse relatório amanhã por cima do nosso cadáver. Não vamos aceitar", afirmou o petista.

Segundo o senador, a oposição irá se reunir ainda hoje para traçar a estratégia que será adotada para impedir a leitura do parecer do senador Ricardo Ferraço.

"Peço responsabilidade, porque garanto que não vamos aceitar. Se eles querem trazer essa confusão para dentro do Senado vão trazer, porque nossa postura será de muita firmeza", acrescentou Farias.

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