Rejeição a Lula é de 39% e a Bolsonaro é de 45%, diz EXAME/IDEIA
A taxa de rejeição é um dos pontos centrais da eleição porque indica o quão disposto o eleitor está em mudar de voto
Gilson Garrett Jr
Publicado em 22 de abril de 2022 às 12h30.
Segundo a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, 39% dos eleitores não votariam de jeito nenhum no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A taxa de rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) está mais alta que a do petista, em 45%. A reprovação ao nome de João Doria (PSDB) é de 21%, e de Ciro Gomes (PDT), 18%.
A sondagem ouviu 1.500 pessoas entre os dias 15 e 20 de abril. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-02495/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Clique aqui para ler o relatório da pesquisa.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, explica que a taxa de rejeição é um dos pontos centrais da eleição porque indica o quão disposto o eleitor está em mudar de voto e ser convencido durante a campanha. Este número foi decisivo em outras eleições.
“Os números de reprovação de Bolsonaro estão em patamares maiores que os de Lula. A chave da disputa vai ser os sentimentos de antipetistas e de antigoverno. A rejeição ao PT era maior em 2018 que agora”, lembra.
Por região, Lula é mais rejeitado no Centro-Oeste (49%), no Sudeste (43%), e no Norte (42%). Já Bolsonaro tem números piores no Nordeste (55%), e no Sul (43%). O petista tem uma desaprovação maior entre evangélicos, com 64%, enquanto o atual presidente tem uma situação mais negativa entre os católicos, com 59% de rejeição.
Bolsonaro merece ser reeleito?
A pesquisa EXAME/IDEIA também perguntou aos eleitores se o presidente Bolsonaro merece ser reeleito. Entre os entrevistados, 56% consideram que não, 40% acham que sim, e outros 4% dizem que não sabem. O número é o menor dos últimos seis meses. Em novembro, o valor estava em 64%, maior índice do período.
“Apesar da melhora de Bolsonaro, a pesquisa mostra que os indicadores são desfavoráveis. Nenhum presidente foi para a reeleição com este nível de reprovação, com mais da metade da população respondendo que ele não merece mais um mandato no cargo”, diz Maurício Moura.
A desaprovação à maneira como Bolsonaro trabalha cresceu um ponto percentual em relação à pesquisa de março, e ficou em 45%. O número ainda está longe do pior momento, registrado no meio do ano passado, quando estava em 57%. A aprovação estava em 32% há um mês, e agora é de 33%.
Diferença entre Lula e Bolsonaro cai no segundo turno
Apesar de estar na frente nas intenções de voto dos brasileiros em uma disputa ao Palácio do Planalto, a vantagem do ex-presidente Lula em relação ao presidente Bolsonaro em um eventual segundo turno está no menor valor desde junho do ano passado. Se a decisão final das eleições fosse hoje, Lula teria 48% e Bolsonaro 39%.
Em relação à sondagem feita em março, a distância entre os dois caiu de 13% para 9%. Na série histórica, Bolsonaro tinha vantagem sobre Lula até abril do ano passado, quando o petista ultrapassou o atual presidente na preferência dos eleitores. A maior diferença entre os dois chegou a 17% no fim do ano passado, mas desde então começou a diminuir, assim como a de eleitores que dizem que pretendem votar branco ou nulo (saiu de 16% para 9%).
Em uma simulação de primeiro turno, tanto na testagem espontânea, sem os nomes apresentados previamente, quanto na estimulada, Lula e Bolsonaro polarizam a preferência do eleitor. Na estimulada, o petista está em primeiro, com 42%, e o atual presidente vem logo em seguida, com 33%. Ciro Gomes aparece bem colocado somente na pesquisa estimulada, com 10% das intenções de voto.