Regina Duarte: atriz diz que declarações homofóbicas e racistas de Bolsonaro são “coisas de uma cultura envelhecida, ultrapassada” (Palácio do Planalto/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 05h47.
Última atualização em 22 de janeiro de 2020 às 06h35.
São Paulo — A atriz Regina Duarte começa o “noivado” com o governo Bolsonaro nesta quarta-feira, após ter sido convidada para assumir a Secretaria da Cultura na sexta-feira (17), logo após o ex-secretário Roberto Alvim ser demitido por copiar um discurso nazista.
Ao receber o convite, a atriz disse que não se sentia preparada e pediu dois dias para pensar. Com o fim do prazo, e após um encontro com o presidente, informou que preferia passar por um “período de teste”.
“Aceitei, afinal, é um período de noivado. Eu tinha outra saída? As relações precisam passar pelo “noivado” para corrermos menos riscos de não dar com os burros n’água”, escreveu em suas redes sociais.
Nesta quarta, a atriz vai conhecer sua possível futura casa, atualmente vinculada ao Ministério do Turismo. O prazo do “test drive” não foi informado, mas ela diz que terá total liberdade para tomar sua decisão.
“Foi emocionante e muito lindo sentir que “se aceitar a batalha tudo bem e se não aceitar, também. Estou de corpo e alma com esse governo, vcs já sabem, apaixonada como sempre pelo meu país, louca para contribuir com a produção da alegria e felicidade geral”, publicou no Instagram.
Nos últimos dias a artista pediu apoio aos seus seguidores e considerou até ter que deixar as redes sociais por causa das críticas:
Regina Duarte demonstrou apoio a Bolsonaro já durante a campanha de 2018, quando postou uma foto com o então presidenciável.
Apesar de já estar firmemente no campo da direita desde as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, o apoio chamou a atenção. A candidatura Bolsonaro teve pouca adesão da classe artística, um dos alvos preferidos do presidente e dos seus apoiadores.
Sobre as declarações homofóbicas e racistas de Bolsonaro, Regina Duarte disse ao jornal O Estado de São Paulo em outubro de 2018 que eram expressão de um “humor brincalhão típico dos anos 1950, que faz brincadeiras homofóbicas, mas que são da boca pra fora, coisas de uma cultura envelhecida, ultrapassada”.
Resta saber se o período de noivado anunciado vai virar casamento de verdade.