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Rede social de direita dos EUA atrai partidários de Bolsonaro no Brasil

Os eleitores divulgam muitos dos mesmos temas que eram populares entre a direita alternativa americana na época da eleição de Donald Trump

Gab.ai: o site é o que não é brasileiro entre os 30 domínios mais compartilhados que fazem referência à eleição presidencial do país (Adriano Machado/Reuters)

Gab.ai: o site é o que não é brasileiro entre os 30 domínios mais compartilhados que fazem referência à eleição presidencial do país (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2018 às 16h06.

Uma rede social popular entre a direita alternativa nos EUA é um dos destinos preferidos na web para os partidários do capitão da reserva Jair Bolsonaro, o candidato à presidência do Brasil que tem o maior número de seguidores nas redes sociais.

Gab.ai, uma rede criada há dois anos como uma alternativa ao Twitter, está entre os cinco sites mais citados pelos apoiadores de Bolsonaro no Twitter, de acordo com um estudo da Alto Data Analytics, uma empresa que aplica inteligência artificial à análise de big data.

É também o único site que não é brasileiro entre os 30 domínios mais compartilhados que fazem referência à eleição presidencial do país, que será realizada em 7 de outubro, segundo o estudo.

Os partidários de Bolsonaro divulgam muitos dos mesmos temas que eram populares entre a direita alternativa dos EUA na época da eleição de Donald Trump: desdém pelo politicamente correto, apoio incondicional aos direitos dos proprietários de armas e teorias conspiratórias que muitas vezes envolviam a grande mídia.

Bolsonaro, que frequentemente deprecia as minorias e relembra a ditadura militar do Brasil, lidera as pesquisas de opinião antes da votação do primeiro turno, no domingo.

Flávio Bolsonaro, um dos filhos do candidato, tem um perfil verificado no Gab, embora com apenas uma publicação. Outro de seus filhos, Eduardo, em agosto publicou uma foto sua com Steve Bannon, ex-estrategista de Trump e uma figura de destaque no movimento da direita alternativa, dizendo que eles compartilham a mesma visão de mundo.

Gab é uma plataforma com regras menos rigorosas contra discursos discriminatórios ou de ódio e atraiu partidários de Bolsonaro, particularmente depois que muitos deles foram banidos do Twitter no começo deste ano.

O aplicativo Gab não está disponível na loja de aplicativos da Apple e foi banido da loja do Google. Nas diretrizes de sua comunidade, Gab afirma: "Acreditamos que a única forma válida de censura é a escolha do próprio indivíduo de optar por não participar."

Vale notar que as 31.363 vezes que o domínio Gab foi compartilhado nas redes sociais não se comparam com as 363.816 vezes que o UOL, site líder do Brasil, foi compartilhado, de acordo com a Alto Data Analytics.

Porta-vozes de Bolsonaro não responderam a e-mails e telefonemas com pedidos de comentários para esta reportagem.

Convite a Bolsonaro

O fundador do Gab, Andrew Torba, expressou apoio a Bolsonaro diversas vezes e tenta atrair o candidato brasileiro para o seu site.

"Quando Bolsonaro entrar no Gab, o Twitter estará morto no Brasil e a imprensa entrará em pânico!", escreveu ele em seu perfil no mês passado, com uma foto do político brasileiro levantando um copo e olhando para a câmera.

Quando Bolsonaro foi esfaqueado no mês passado, Torba publicou um post dizendo "MALDITOS COMUNISTAS!". Em outro, ele disse que quanto mais vídeos de Bolsonaro ele via, mais ele gostava do candidato.

A campanha de Bolsonaro foi construída em torno da forte presença nas redes sociais e de poucos investimentos em publicidade.

Entre os cinco sites mais citados em comentários pró-Bolsonaro nas redes sociais, nenhum pertence a grandes empresas de mídia nem a partidos políticos, de acordo com dados da Alto Data Analytics.

O Gab.ai é administrado por uma empresa com sede na Filadélfia, de acordo com o relatório anual que tem data de 1º de março e foi arquivado na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

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