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Redações do Enade contêm erros como “egnorancia”

Textos escritos por formandos do ensino superior mostram erros grosseiros. "Egnorancia" e "precarea", além de problemas de estrutura, estão entre eles, segundo O Globo


	Estudantes fazem prova: Enem 2013 já mostrou erros grosseiros de estudantes egressos do ensino médio. Enade mostra resultados semelhantes entre formandos do superior
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Estudantes fazem prova: Enem 2013 já mostrou erros grosseiros de estudantes egressos do ensino médio. Enade mostra resultados semelhantes entre formandos do superior (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 11h34.

São Paulo – O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) é aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) a estudantes que estão concluindo o ensino superior no Brasil. Segundo o jornal O Globo, que afirma ter recebido algumas dessas redações por uma corretora, há exemplos de erros grosseiros como escrever “egnorancia” e “precarea”, aliados a frases incompreensíveis.

Apesar dos problemas, segundo depoimento da professora que enviou o material ao jornal - que não pôde ser identificada por questões de sigilo com o MEC - há um pedido do instituto que aplica as provas (Inep) para que se mantenha uma média 5 nas provas.

“Precisa dar à opinião pública a ideia de que o ensino está melhorando, mas não está”, disse a corretora ao jornal.

A professora em questão corrigiu provas do Enade 2012 aplicadas a concluintes de cursos como Direito, Comunicação Social, Administração, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Psicologia.

Uma das questões pedia que o candidato redigisse um texto sobre a violência atual levando em consideração os aspectos da tecnologia, causas e consequências da violência na escola e uma proposta de solução para o problema.

Em uma das redações constava que: “A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas”.

No mês passado, exemplos de redações de alunos que concluíam o ensino médio mostraram que erros ortográficos e inclusão de receitas de miojo não são sinônimos de nota baixa no Enem. O governo avalia hoje mudanças no critério de correção das próximas provas.

Em nota, o Inep, vinculado ao MEC, afirma que “são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para ‘aliviar’ nas correções”. O instituto ainda afirmou que "é impossível dizer se o mesmo [o texto] pertence ao banco de respostas do Enade 2012, até mesmo porque as correções do exame ainda estão ocorendo".

Confira nota do Inep na íntegra:

"1. Com os fragmentos dos textos apócrifos apresentados, sem identificação do estudante ou do curso, é impossível dizer se o mesmo pertence ao banco de respostas do Enade 2012, até mesmo porque as correções do exame ainda estão ocorrendo.

2. No entanto, podemos afirmar que as respostas apresentadas nos textos apócrifos, se fossem de participantes do Enade, teriam baixíssima avaliação.

3. O rigor das avaliações do Enade se expressa nas medidas de supervisão e regulação adotadas pelo MEC, com base nos indicadores de qualidade como o índice geral de cursos (IGC) e o conceito preliminar de curso (CPC). Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes representa 55% do total. Para os cursos com conceito insatisfatório, o MEC estabelece medidas obrigatórias, como ingressos interrompidos, redução de vagas e assinatura de compromisso e plano de melhorias detalhado, com medidas a serem tomadas pelas instituições a curto e a médio prazo, garantindo a melhoria da qualidade dos cursos avaliados. A exemplo disso, o MEC suspendeu mais de 200 vestibulares no ano passado, bem como estabeleceu novas regras para os cursos de medicina, e ainda estuda novas regras para os cursos de direito.

4. Esclarecemos que são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para “aliviar” nas correções. Isso não acontece, nem aconteceu, no Enade, Enem, ou qualquer outro exame sob responsabilidade do Inep/Mec.

5. As correções do Enade 2012, que enfatizamos, estão ainda ocorrendo; são realizadas por bancas constituídas de um professor doutor como presidente e por membros com titulação de doutorado ou mestrado, todos vinculados há pelo menos cinco anos a Instituições de Ensino Superior. São cerca de 500 profissionais do mais alto nível que podem atestar a seriedade do exame e das correções."

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