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Redação do Enem pega candidatos de surpresa

Participantes do Enem 2017 afirmam terem sido "pegos de surpresa" com o tema da redação.

Educação: curso profissionalizante para jovens de baixa renda tem inscrições abertas (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

Educação: curso profissionalizante para jovens de baixa renda tem inscrições abertas (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 17h18.

Sorocaba (SP), Belo Horizonte e Fortaleza - Participantes do Enem 2017 afirmam terem sido "pegos de surpresa" com o tema da redação da edição deste ano do exame. Os estudantes tiveram que escrever sobre os desafios da educação de surdos.

Em Belo Horizonte, a estudante Brenda Gabriela Noronha, de 17 anos, foi uma das primeiras participantes do Enem a deixar o prédio de uma faculdade no centro, onde cerca de 2,5 mil estudantes estavam inscritos para prestar o exame.

"Não esperava esse tema. Não passou nem perto do que imaginei. Pensei que seria alguma coisa ligada à diversidade sexual", afirmou a estudante. Bianca Hellen Beloni, de 21 anos, também foi nessa linha. "Foi algo muito falado. Tem também o Pablo Vittar, que faz muito sucesso", justificou.

Pedro Henrique Ferreira Gonzaga, de 18 anos, também não esperava tema nessa área. Mas imaginou que seria alguma coisa relacionada à política. "Mas acho que deu certo. Falei sobre o fato de empresas preferirem o lucro a investir na capacitação de pessoas que enfrentam esse problema", disse.

O candidato Alan Christian da Silva, de 22 anos, que fez a prova em Sorocaba, interior de São Paulo, disse ter ficado surpreso com o tema. Ele só reclamou de o tema ter focado apenas a questão dos surdos em relação à educação, o que o tornou muito específico.

"Deviam ter pegado a deficiência em geral e em todos os campos, pois deixaria o debate mais interessante." Aluno de Engenharia, ele faz o Enem para conseguir uma bolsa. "Acho que desenvolvi bem, estou esperançoso", disse.

O candidato Leonardo Moraes, de 23 anos, e que faz o Enem pelo segundo ano, disse que o tema estava fora das expectativas. "Achei que seria um tema político ou envolvendo o Oriente Médio, mas não foi difícil."

O treineiro Gustavo Bellesi Neto, de 15 anos, também achou o tema bom para quem gosta de escrever. "Embora os surdos sejam uma minoria, acho importante tratar disso. Desperta a consciência para o problema dos deficientes e do espaço que eles precisam ter na sociedade."

Rafael Gonçalves, de 23 anos, que busca vaga de Enfermagem em universidade federal, também esperava um tema mais político. "O tema surpreendeu, mas achei fácil de desenvolver." Já a candidata Emilly Munhós de Almeida, de 17 anos, disse que o tema não fugiu ao esperado. "Ficou perto do que a gente achava que ia ser, por isso fui um pouco melhor que no ano passado. Estou esperançosa", disse a jovem, que pretende fazer Fisioterapia.

O estudante de Nutrição, Jorge Alan, de 19 anos, optou por não fazer a Redação com o tema desafios do ensino na educação dos surdos no Brasil. "Já não estava muito a fim de fazer a Redação e quando veio este tema difícil foi que optei por não fazer. Estou fazendo o Enem pela quinta vez somente para testar meus conhecimentos", disse, ao sair das provas realizadas no Centro Universitário Estácio do Ceará, em Fortaleza.

O vendedor Carlos Antonio se arrependeu de ter trazido água para vender no Enem, no mesmo Centro Universitário: "Os candidatos já trazem água de casa", lamenta. Dedé, como é conhecido, trouxe no isopor 70 garrafas de meio litro de água mineral, mas só conseguiu vender 20 a R$ 2 cada. "No próximo domingo vou trazer é caneta preta, que vende mais", adiantou.

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