A presidente Dilma Rousseff (PT) acena para apoiadores (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2014 às 09h35.
São Paulo - A novidade apresentada pela pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira é a recuperação da presidente Dilma Rousseff (PT) nas intenções de voto no primeiro turno, avalia o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Carvalho Teixeira.
Segundo ele, o levantamento confirma a queda de Aécio Neves (PSDB) já vista anteriormente na pesquisa Datafolha, mas a recuperação de Dilma é "surpreendente".
Teixeira destaca que a recuperação no primeiro turno não é a única boa notícia para Dilma, uma vez que a rejeição à petista diminuiu e a avaliação do seu governo melhorou.
"A viabilidade de Dilma no segundo turno passa pela melhoria da avaliação do governo e pela diminuição da rejeição. Além disso, ela ganhou fôlego para se manter viável no primeiro turno. Se tem um conjunto de boas notícias, ele foi para Dilma", avaliou.
Ele aponta, porém, que Marina não tem motivos para se lamentar, já que continuou crescendo, mas com fôlego menor.
"A impressão é de que, se ela ainda tiver possibilidade de crescimento, será em ritmo muito mais lento daqui para frente. A notícia é boa, mas mostra que talvez o teto dela tenha se estabilizado", afirmou.
Teixeira acredita que o quadro mostrado hoje pelo Ibope não deve sofrer alterações significativas até o dia da eleição, mas que ainda há possibilidade de Dilma e Marina crescerem mais. "Isso tira o Aécio de cena porque o espaço de oposição foi ocupado por Marina", disse.
Segundo ele, a maneira de o tucano recuperar eleitores passa pela corrosão da base de Marina, mas a tarefa é difícil.
"Ele não está perdendo só eleitores, mas também apoio. Aécio tem motivos para se preocupar muito e repensar estratégias. Se tem um perdedor, é o Aécio", apontou.
Mesmo assim, para Teixeira, Aécio deve continuar na disputa, apesar dos rumores de que ele estaria considerando desistir do pleito e apoiar a candidatura de Marina.
O cientista político avaliou que é importante manter o PSDB na disputa, até mesmo para não prejudicar as corridas estaduais.