Quer setor público? Vá para Brasília. Setor privado? SP
Estudo do Conselho Federal de Economia mostra que nos últimos 20 anos o salário da iniciativa privada se distanciou - para baixo - do setor público
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2012 às 17h50.
São Paulo – Apesar das greves que assolam Brasília e que começam a arrefecer, morar na capital é decisão acertada para quem almeja o serviço público. Lá, o rendimento médio de cada trabalhador do setor é de 5.008 reais, 112% superior aos servidores - também pagos pelo Estado - da Região Metropolitana de São Paulo.Na maior cidade do país, o rendimento do funcionário público é de 2.355 reais. Os dados são de um estudo do Conselho Federal de Economia (Cofecon), que compara os salários nas duas regiões entre 1992 e 2011.
Quando se trata do setor privado, a situação se inverte: em São Paulo se ganha mais que no Distrito Federal. São 1.462 reais no primeiro, 21,7% a mais que na capital, onde o provento médio é de 1.201 reais.
O fato de se ganhar mais no setor público é considerado normal pelo Conselho, já que a iniciativa privada inclui pessoas com baixíssima qualificação que puxam a média para baixo. O que assusta é a evolução dos rendimentos nas últimas duas décadas.
Quem trabalhava como servidor em Brasília em 1992 ganhava, em média, 170% a mais do que quem estava fora da alça governamental. Hoje, esse índice é de 317%. Ou seja, trabalhar na iniciativa privada na capital representa em média rendimento quatro vezes menor.
“Como no DF o público remunera bem acima da média (nacional) e o privado, abaixo (da média), há um descompasso que não se observa em outras unidades da federação”, observa Júlio Miragaya, autor do estudo e integrante do Conselho Federal de Economia.
Também em São Paulo no público se ganha mais que no privado – mas a discrepância é menor: partiu de 32% em 1992 para 61% em 2011. O estudo afirma que os dados explicam “o motivo da juventude brasiliense aspirar tanto o ingresso no setor público”.
Brasília e SP já foram próximas
A pesquisa revela que nem sempre Brasília viveu uma situação tão favorável diante de outras regiões. A diferença entre o que se ganhava a mais na capital em relação a São Paulo era de 26,6% em 1992, considerando o rendimento médio dos trabalhadores dos dois setores. Quase chegaram a caminhar juntos, com ínfimos 2% de diferença em 1997. Agora, é de 37,1%.
“Esse descolamento (do setor público em relação ao setor privado do próprio DF e ao rendimento médio de SP) acontece por causa de duas situações: primeiro, houve um processo de valorização das principais carreiras no governo Lula. Segundo, o Fundo Constitucional (dinheiro da União que paga funcionários distritais) está vinculado à arrecadação, e inflou (no período)”, afirma Júlio Miragaya, também presidente da Companhia de Planejamento do DF.
Por causa do Fundo Constitucional, policiais civis e militares, além dos professores distritais, têm melhor remuneração – quando não o dobro – que vários de seus pares em outros estados.
Para Miragaya, a discrepância entre os salários chegou ao limite. "A margem para diferença se esgotou", afirma. Corrobora essa tese, segundo ele, a maneira que a presidente Dilma Rousseff vem lidando com a maior parte das categorias grevistas na capital. Com a economia periclitante, aumentos como no governo Lula se tornarão mais improváveis.
O estudo está disponível no site do Conselho Federal de Economia.
São Paulo – Apesar das greves que assolam Brasília e que começam a arrefecer, morar na capital é decisão acertada para quem almeja o serviço público. Lá, o rendimento médio de cada trabalhador do setor é de 5.008 reais, 112% superior aos servidores - também pagos pelo Estado - da Região Metropolitana de São Paulo.Na maior cidade do país, o rendimento do funcionário público é de 2.355 reais. Os dados são de um estudo do Conselho Federal de Economia (Cofecon), que compara os salários nas duas regiões entre 1992 e 2011.
Quando se trata do setor privado, a situação se inverte: em São Paulo se ganha mais que no Distrito Federal. São 1.462 reais no primeiro, 21,7% a mais que na capital, onde o provento médio é de 1.201 reais.
O fato de se ganhar mais no setor público é considerado normal pelo Conselho, já que a iniciativa privada inclui pessoas com baixíssima qualificação que puxam a média para baixo. O que assusta é a evolução dos rendimentos nas últimas duas décadas.
Quem trabalhava como servidor em Brasília em 1992 ganhava, em média, 170% a mais do que quem estava fora da alça governamental. Hoje, esse índice é de 317%. Ou seja, trabalhar na iniciativa privada na capital representa em média rendimento quatro vezes menor.
“Como no DF o público remunera bem acima da média (nacional) e o privado, abaixo (da média), há um descompasso que não se observa em outras unidades da federação”, observa Júlio Miragaya, autor do estudo e integrante do Conselho Federal de Economia.
Também em São Paulo no público se ganha mais que no privado – mas a discrepância é menor: partiu de 32% em 1992 para 61% em 2011. O estudo afirma que os dados explicam “o motivo da juventude brasiliense aspirar tanto o ingresso no setor público”.
Brasília e SP já foram próximas
A pesquisa revela que nem sempre Brasília viveu uma situação tão favorável diante de outras regiões. A diferença entre o que se ganhava a mais na capital em relação a São Paulo era de 26,6% em 1992, considerando o rendimento médio dos trabalhadores dos dois setores. Quase chegaram a caminhar juntos, com ínfimos 2% de diferença em 1997. Agora, é de 37,1%.
“Esse descolamento (do setor público em relação ao setor privado do próprio DF e ao rendimento médio de SP) acontece por causa de duas situações: primeiro, houve um processo de valorização das principais carreiras no governo Lula. Segundo, o Fundo Constitucional (dinheiro da União que paga funcionários distritais) está vinculado à arrecadação, e inflou (no período)”, afirma Júlio Miragaya, também presidente da Companhia de Planejamento do DF.
Por causa do Fundo Constitucional, policiais civis e militares, além dos professores distritais, têm melhor remuneração – quando não o dobro – que vários de seus pares em outros estados.
Para Miragaya, a discrepância entre os salários chegou ao limite. "A margem para diferença se esgotou", afirma. Corrobora essa tese, segundo ele, a maneira que a presidente Dilma Rousseff vem lidando com a maior parte das categorias grevistas na capital. Com a economia periclitante, aumentos como no governo Lula se tornarão mais improváveis.
O estudo está disponível no site do Conselho Federal de Economia.