São Paulo – O recesso parlamentar está chegando ao fim, e com isso as movimentações em torno da eleição para a presidência da Câmara se aceleram.

Este deve ser o primeiro grande desafio do segundo governo Dilma Rousseff (PT) em sua relação com o Congresso.

O presidente da Câmara é o terceiro na escala hierárquica do país. Caso a presidente Dilma e o vice Michel Temer estejam fora, é ele quem assume a presidência da República. Ele também tem poder para dar seguimentos a pedidos de impeachment.

Na Câmara, a campanha está disputada e já é motivo de dor de cabeça para a presidente. Quatro parlamentares são candidatos ao cargo. A eleição acontece em 1º de fevereiro.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

 

Cunha foi o primeiro a lançar sua candidatura e, por algum tempo, foi o favorito para a presidência da Câmara. Porém, seu nome não agrada o Palácio do Planalto. Apesar de o PMDB fazer parte da base de apoio de Dilma, a relação da presidente com o candidato nunca foi das melhores.

O deputado foi um dos articuladores do chamado blocão, grupo de parlamentares insatisfeitos com o governo e que causou algumas derrotas à presidente no Congresso. 

Com o passar do tempo, porém, o deputado perdeu um pouco da força que tinha no início de sua campanha. O principal baque foi a suspeita de que ele estaria envolvido no esquema de corrupção da Petrobras.

O nome de Cunha teria sido citado em um depoimento na Operação Lava Jato. O deputado nega qualquer envolvimento e chegou a dizer que existe uma mobilização para prejudicar sua candidatura à presidência da Casa.

Arlindo Chinaglia (PT-SP)

Arquivo/Agência Brasil

 

A candidatura de Arlindo Chinaglia foi lançada para fazer frente a Eduardo Cunha. O petista conta com o apoio de PC do B, Pros, PDT, PT e PSD.

No entanto, adversários políticos acusam a candidatura de Chinaglia de jogar pesado. Eduardo Cunha tem dito que, para conseguir votos para o petista, ministros de Dilma têm feito campanha e até oferecem cargos em troca do voto.

Júlio Delgado (PSB-MG)

Câmara dos Deputados/Arquivo

 

Se os dois primeiros candidatos basicamente dividem a base de apoio do governo, o deputado Júlio Delgado representa os parlamentares da oposição.

Sua candidatura é apoiada por PSB, PSDB, PPS e PV. Na prática, as chances de Delgado se eleger presidente da Câmara são menores que de seus principais adversários. Porém, sua candidatura dificulta um pouco mais o cenário para o governo.

Chico Alencar (PSOL-RJ)

Marcelo Brant/CDH Câmara dos Deputados

 

Último deputado a lançar sua candidatura, Chico Alencar entrou para disputar os votos de quem tem resistência aos dois principais candidatos: Eduardo Cunha (PT) e Arlindo Chinaglia (PMDB). Porém, o socialista precisará disputar esses votos com o oposicionista Júlio Delgado.