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Quem é Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação preso pela PF

Advogado é acusado de favorecimento de pastores na distribuição de verbas, além de suposta participação em crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência

Milton Ribeiro: ex-ministro da Educação foi preso nesta quarta-feira, 22, pela Polícia Federal (Catarina Chaves/MEC/Flickr)

Milton Ribeiro: ex-ministro da Educação foi preso nesta quarta-feira, 22, pela Polícia Federal (Catarina Chaves/MEC/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de junho de 2022 às 14h49.

Preso nesta quarta-feira, 22, em Santos (SP) pela Polícia Federal, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro é acusado de favorecimento de pastores na distribuição de verbas, além de suposta participação em crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.

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Milton Ribeiro é advogado, tem formação em Teologia e foi o quarto Ministro escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para chefiar o Ministério da Educação (MEC). Ribeiro se demitiu do cargo do MEC no dia 28 de março, após uma série de denúncias de envolvimento com esquema de corrupção operado por pastores. A demissão aconteceu dez dias após o Estadão revelar a atuação do gabinete paralelo no ministério.

Atualmente o ex-ministro é pastor efetivo da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, em Santos (SP).

À época de sua escolha para chefiar a pasta, entre as características que fizeram com que fosse cotado, estava o "apreço à família e aos valores", disseram conhecidos e integrantes do governo.

Após o esquema do gabinete paralelo ser revelado pelo Estadão, em março, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a afirmar que colocaria a "cara no fogo" por Ribeiro. Hoje, após anúncio da prisão do ex-ministro, o presidente afirmou que "Se a PF prendeu tem um motivo".

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Ribeiro foi o quarto ministro da Educação a deixar a pasta durante o governo Bolsonaro. Desde 2019, todos os nomeados para a Pasta foram protagonistas de controvérsias que acabaram, em maior ou menor medida, desgastando o Executivo federal.

O ex-ministro foi denunciado no STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de homofobia em janeiro de 2022. A denúncia foi realizada após o ex-ministro afirmar, em entrevista concedida ao Estadão em 2020, que adolescentes "optam" pelo "homossexualismo" por pertencerem a "famílias desajustadas".

Em abril deste ano, Ribeiro disparou acidentalmente uma arma de fogo no Aeroporto Internacional de Brasília, atingindo uma funcionária da Gol Linhas Aérea por estilhaço. O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro infringiu regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ao se dirigir ao balcão de uma companhia aérea com uma arma de fogo carregada, conforme apontou à época o gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, com base em resolução do órgão regulador.

Antes de integrar o governo Bolsonaro, Ribeiro foi vice-reitor do Mackenzie e cuidava de questões acadêmicas na universidade, quando o reitor era o ex-governador de São Paulo Claudio Lembo. Além disso, Ribeiro é especializado também no estudo do Velho Testamento.

Sua indicação ao Ministério da Educação foi atribuída ao Ministro-chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, e ao ministro da Justiça, André Mendonça, também presbiteriano.

(Estadão Conteúdo)

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