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Quem é Luiz Mandetta, futuro ministro da Saúde de Bolsonaro

Deputado federal é terceiro nome do DEM entre os ministros; médico ortopedista, ele comandou a secretaria de saúde de Campo Grande por cinco anos

Há uma petição na internet com 928 assinaturas para que Mandetta assuma o ministério da Saúde (Valter Campanato/Agência Brasil)

Há uma petição na internet com 928 assinaturas para que Mandetta assuma o ministério da Saúde (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Clara Cerioni

Publicado em 13 de novembro de 2018 às 13h45.

Última atualização em 22 de novembro de 2018 às 10h09.

São Paulo – No dia 13 de novembro, o presidente eleito Jair Bolsonaro deu uma entrevista na porta do condomínio em que mora, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) onde lançou o nome do deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para o ministério da Saúde.

“Conversei com o Mandetta hoje, dei mais um passo, estou conversando com ele sim. Ele tem reportado as questões da Saúde comigo. Pode (ser o novo ministro), está sendo conversado o nome dele, mas nada definido”, afirmou.

“Tem que tapar os ralos que existem (na saúde), tem que racionalizar, porque não tem como investir mais na saúde. Já estamos no limite dos gastos em todas as áreas”, disse Bolsonaro, sobre os desafios da pasta. Nesta terça-feira (20), o nome de Mandetta no ministério foi confirmado.

Nascido em Campo Grande (MS), Mandetta completa 54 anos agora no dia 30 de novembro e é médico ortopedista formado pela Universidade Gama Filho.

Ele tem especialização em Ortopedia pelo serviço de Ortopedia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS, e sub especialização em Ortopedia Infantil pelo Scottish Rite Hospital for Children em Atlanta.

Mandetta foi médico militar tenente no Hospital Geral do Exército e trabalhou ainda na Santa Casa de Campo Grande de 1993 a 1995.

Entrou para a Unimed de Campo Grande em 1998 como conselheiro fiscal e no ano seguinte, assumiu a presidência do conselho fiscal da cooperativa. Em 2001, foi eleito presidente da Unimed Campo Grande mandato que exerceu até 2004.

Mandetta entrou para a política em 2005, quando foi nomeado secretário de saúde de Campo Grande. Ele ficou no cargo até 2010, quando foi eleito deputado, depois reeleito em 2014.

Na época, declarou R$ 634.577,54 em bens à Justiça Eleitoral e recebeu mais de R$ 2 milhões em doações para a campanha.

Ele não se candidatou para as eleições deste ano, então estava sem mandato. Assim como seu futuro chefe, Mandetta tem presença forte nas redes sociais.

Ele postou um vídeo no Instagram com o próprio Bolsonaro no Rio de Janeiro no dia 23 de outubro, pouco antes do segundo turno.

Ele também postou no dia seguinte ao da vitória um vídeo no Facebook onde, entre outras coisas, parabenizou o eleitor que "não se deixou manipular por várias notícias que distorciam o contexto em que as frases eram ditas" e apostou que o governo seria "democrático, de respeito, ordem, leis e poder técnico prevalecendo sobre o poder político".

Investigação

O período na prefeitura da capital do Mato Grosso do Sul lhe rendeu, além da experiência na gestão pública, uma investigação da Polícia Federal.

Mandetta foi investigado por prejuízos estimados em 8 milhões de reais à prefeitura pela aquisição e instalação do Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa). O sistema de informática foi comprado quando o parlamentar era secretário municipal de Saúde de Campo Grande.

Segundo o site local "O Jacaré" do jornalista Edvaldo Bittencourt, o caso tramitou no Supremo Tribunal Federal por três anos e meio, de 2 de fevereiro de 2015 até 23 de agosto deste ano, quando o ministro Luiz Fux determinou o envio para a primeira instância.

Nos autos da investigação, o democrata é acusado de favorecer o ConsórcioTelemídia & Technology Ltda e a empresa portuguesa Alert Serviços de Licenciamento de Sistemas de Informática para a Saúde em troca de favores pessoais relativos à campanha eleitoral de 2010.

A investigação contra o parlamentar é resultado da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa, que encaminhou a denúncia para o MPF (Ministério Público Federal).

O time de Bolsonaro

A Saúde tinha outros concorrentes: um deles é Nelson Teich, que foi consultor da campanha na área de Saúde. Oncologista e empresário do setor, chegou à campanha por meio de Guedes e ganhou espaço. Outro nome ventilado foi o de Henrique Prata, diretor do hospital de Câncer de Barretos.

Confirmado, Mandetta é o terceiro ministro de Bolsonaro que vem do DEM. Ele se soma a Onyx Lorenzoni, que lidera a equipe de transição e vai para a Casa Civil, e Tereza Cristina, presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) e que vai para o Ministério da Agricultura.

São sete ministros confirmados até agora: além de Onyx e Teresa, Bolsonaro anunciou hoje o general Fernando Azevedo e Silva como ministro da Defesa.

Paulo Guedes, que está no comando das principais reformas da próxima gestão, assumirá um “superministério” da Economia, que deve reunir Fazenda, Trabalho, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

O juiz federal Sérgio Moro vai comandar o “superministério” da Justiça e da Segurança Pública, enquanto o general Augusto Heleno foi designado para o Gabinete de Segurança Institucional e o tenente-coronel Marcos Pontes irá para o Ministério da Ciência e Tecnologia.

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