A posse de Barroso está prevista para a primeira sessão da Câmara nesta semana, marcada para segunda-feira (15) (Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias/Agência Câmara)
Repórter
Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 17h07.
O suplente Adilson Barroso (PL-SP) deve assumir o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Câmara após a parlamentar formalizar sua renúncia neste domingo, 14. Detida na Itália em julho, Zambelli comunicou a decisão à Secretaria-Geral da Mesa depois de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou a votação do plenário que havia mantido seu mandato e determinou a perda imediata da cadeira.
"A Câmara dos Deputados informa que a Deputada Carla Zambelli (PL/SP) comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia ao mandato parlamentar na data de hoje”, diz o comunicado oficial.
Com a renúncia, a vaga passa automaticamente ao primeiro suplente do Partido Liberal em São Paulo mais votado nas eleições de 2022, cargo ocupado por Adilson Barroso, que recebeu mais de 62 mil votos.
A posse de Barroso está prevista para a primeira sessão da Câmara nesta semana, marcada para segunda-feira (15). Ele já exerceu o mandato em outras ocasiões durante a atual legislatura.
Natural de Minas Novas (MG), Barroso residente na cidade de Barrinha, no interior de São Paulo, desde a infância, onde construiu sua trajetória política. Nas redes sociais, ele se define como "bolsonarista de Direita, conservador, Patriota" e afirma ter proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
Barroso foi vereador em Barrinha pelo PTB em 1988 e reeleito em 1992, já pelo antigo PFL. Entre 1997 e 2002, ocupou o cargo de vice-prefeito da cidade. Em 2002, foi eleito deputado estadual por São Paulo pelo Prona, mandato que exerceu até 2010. Após perder a reeleição, retornou à Câmara Municipal de Barrinha em 2016.
Ele também foi um dos fundadores do Partido Ecológico Nacional (PEN), criado em 2012 e rebatizado como Patriota em 2017. À época, Bolsonaro chegou a cogitar a filiação à legenda. Barroso acabou afastado do comando do partido após negociar individualmente a possível entrada do então presidente, episódio que culminou em sua destituição da presidência da sigla e posterior filiação ao PL, em 2021.
Nas eleições de 2022, Barroso concorreu a deputado federal pelo Partido Liberal e se tornou suplente. Em fevereiro de 2023, tomou posse na Câmara ao assumir a vaga de Guilherme Derrite (PP-SP), que havia se licenciado para comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Com o retorno de Derrite ao mandato, no fim de novembro, Barroso voltou à condição de suplente, situação agora revertida com a saída definitiva de Carla Zambelli.
A renúncia da deputada ocorreu dias após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que determinava a perda imediata de seu mandato, anulando a votação da Câmara que havia mantido o cargo da parlamentar condenada.
Na ocasião, a proposta de cassação recebeu 227 votos a favor dos deputados, 110 contra e 10 abstenções, ficando aquém dos 257 votos necessários para aprovar a medida. Com isso, a representação da Mesa Diretora contra Zambelli foi arquivada.
A Primeira Turma do Supremo formou maioria para cassar o mandato e todos os direitos políticos da deputada.
A ex-deputada foi condenada pela corte a dez anos de reclusão por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e atualmente encontra-se desde julho presa na Itália, aguardando extradição. A decisão foi tomada com base em jurisprudência do STF, que havia considerado a perda de mandato como consequência de uma condenação definitiva.