Candidatos à Prefeitura de São Paulo: a proximidade do pleito, que ocorre neste domingo, também deixa Russomanno sem muitas opções para barrar o declínio (Instituto Lula/Divulgação/Facebook/Montagem EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2012 às 23h36.
São Paulo - Com a queda de sete pontos porcentuais na pesquisa Ibope divulgada nesta terça (02), quando passou de 34% para 27% das intenções de votos para a Prefeitura de São Paulo, o candidato do PRB, Celso Russomanno, deve fechar este primeiro turno muito próximo dos adversários do PSDB, José Serra, e do PT, Fernando Haddad. "É provável que os três cheguem embolados nesta reta final de primeiro turno", avalia o especialista em marketing político e pesquisa eleitoral Sidney Kuntz. "A tendência do Russomanno é de queda enquanto Serra e Haddad estão consolidados há algumas semanas", disse. Na mostra divulgada nesta terça, Serra tem 19% e Haddad 18%.
Kuntz ressalta que a diferença entre Serra e Haddad, empatados tecnicamente na segunda posição, para o líder Russomanno, beira o empate técnico. "A pesquisa acende o sinal amarelo bem forte na campanha do Russomanno. Se a tendência se mantiver até a reta final, a queda não vai precisar ser grande para se tornar um empate técnico", afirmou, destacando que basta Russomanno cair mais dois pontos porcentuais para estar tecnicamente empatado com Serra.
Para Kuntz, a queda de Russomanno é consequência de ele não ter sido capaz de desconstruir as críticas feitas pelos seus adversários. "Ele não está conseguindo desconstruir o que estão falando dele, que é o novo (ex-presidente da República, Fernando) Collor, que não tem planos para a cidade, que ele e seu partido não vão ter estrutura para governar São Paulo", disse. O especialista ressalta ainda o embate ocorrido entre Russomanno e a Igreja Católica e sua consequente recusa de ir ao debate promovido pela Igreja (no dia 20 de setembro) como alvo de desgaste de sua candidatura.
A proximidade do pleito, que ocorre neste domingo (07), também deixa Russomanno sem muitas opções para barrar o declínio. "O que ele vai fazer sobrando apenas um dia de programa (eleitoral) de rádio e televisão?", questionou.
Essa queda acentuada, avalia Kuntz, também tem um efeito psicológico na campanha e nos eleitores de Russomanno. "Isso abate a campanha inteira. Tem muitos candidatos a vereador (que reforçam a campanha) que querem estar do lado do candidato com mais chances. Além disso, essas pesquisas começam a fazer o eleitor recuar. Tanto aquele do PT que escolheu no Russomanno para barrar o Serra quanto aquele do Serra que escolheu o Russomanno para barrar o PT. Esses podem trazer o voto novamente para o candidato que eles queriam originalmente", diz.