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Que nota atletas e empresários dão à preparação do Brasil para as Olimpíadas?

Para Magic Paula, ex-atleta do basquete, a nota é 4,5, pois o país ainda não se preocupa em deixar "legado social" depois dos jogos de 2016

Rio 2016: sede das Olimpíadas já está se preparando, mas ainda sobram problemas para resolver até lá (Luis Gustavo Lucena/Stock.Xchng)

Rio 2016: sede das Olimpíadas já está se preparando, mas ainda sobram problemas para resolver até lá (Luis Gustavo Lucena/Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2011 às 08h00.

São Paulo – A caminhada do Brasil para receber os Jogos Olímpicos de 2016 conta com uma dose um pouco maior de otimismo do que no caso da Copa do Mundo de 2014. Boa parte das obrigações que o Rio tem que cumprir precisam estar prontas para a Copa, ou seja, dois anos antes dos jogos.

Atletas, empresários do esporte e autoridades apostam no sucesso do evento e avaliam bem o andamento do cronograma, principalmente no que diz respeito às obras de infraestrutura. Entretanto, ainda há grandes desafios que o país precisa superar para evitar que os jogos sejam um fiasco.

Estes problemas e outras questões foram abordados em debate organizado pela Editora Abril para falar de esportes e o legado para o país. Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e atual representante do governo federal na Autoridade Pública Olímpica (APO), Fabiana Murer, campeã mundial em salto com vara, Paula Silva, a Magic Paula, do basquete, André Brasil, campeão mundial de natação paraolímpica e J. Hawilla, dono da Traffic, participaram da discussão.

Eles avaliaram os preparativos para Olimpíadas e Copa e deram suas notas para o que viram até agora. Veja abaixo:

 

Henrique Meirelles, Autoridade Pública Olímpica - nota 8

“O Rio de Janeiro está em dia com o cronograma. Quando se trata de preparar um país para a Olimpíada, não existe folga, não pode atrasar. A boa notícia é que está tudo dentro do prazo”, disse Meirelles.

Ele ressaltou, entretanto, que há alguns pontos de alerta, como a questão da hospedagem. “Temos um desafio enorme nesta área. O evento vai atrair mais de 20 mil jornalistas, atletas, delegações, turistas”, afirmou.


Segundo o ex-presidente do Banco Central, os preparativos para as Olimpíadas no Rio contam com acompanhamento constante, para evitar que experiências ruins dos jogos Pan-americanos de 2007 sejam repetidas. Apesar dos desafios, Meirelles foi otimista ao dar nota oito à organização dos Jogos, atribuída à avaliação do Comitê Olímpico Internacional.

 

Fabiana Murer, atleta campeã mundial do salto com vara - nota 7

“Acho que as coisas vão ficar prontas em cima da hora nas Olimpíadas, assim como foi no Pan, em 2007. As coisas ficaram prontas de última hora e tivemos problemas por causa disso, como uma parte da rua na Vila Olímpica que desabou”, disse a campeã mundial do salto com vara.

A atleta acredita que, mesmo com a correria nos preparativos, ainda assim, o Rio fará uma boa Olimpíada. “Pelo histórico, é sempre na última hora, mas costuma funcionar. A cidade tem condições de ser sede.” Fabiana deu nota sete para a preparação do Rio.

 

André Brasil, nadador paraolímpico e campeão mundial - nota 5,5

O nadador André Brasil deu nota cinco e meio para a preparação do Rio para os Jogos Olímpicos de 2016. “Vimos muita coisa ruim acontecer no Pan. Um atleta argentino morreu por deficiências na rede de hospitais da cidade. A cidade mostrou muitos erros”, disse.

Para o atleta, é melhor esperar para ver as coisas acontecerem antes de ser mais otimista na nota. “Vi que algumas coisas estão sendo feitas, mas não queremos ficar na expectativa. O complexo aquático Maria Lenk, por exemplo, está largado. Depois que a festa passar, vamos ver o que acontece”, afirmou.


 

Magic Paula, ex-atleta e presidente da ONG Atletas pela Cidadania - nota 4,5

Para Paula, o Rio não terá grandes problemas de infraestrutura. O que não significa que os jogos serão perfeitos se a preparação continuar como está. “Quando foi proposto que o Brasil fosse sede das Olimpíadas, tínhamos que caminhar juntos com modelo de gestão para esportes”, disse a atleta.

Segundo ela, a desorganização da gestão de esportes no país faz com que cada entidade “corra para um lado diferente”. “Temos que aproveitar estes grandes eventos para criar movimentos que deixem um legado maior que apenas um metrô, um estádio, ou uma piscina. Tem que ter um legado social. Ainda temos muito por fazer. Dou nota quatro e meio.

 

J. Hawilla, dono da Traffic - não deu nota

Para o dono da maior empresa de negócios no esporte do Brasil, J. Hawilla, o Rio de janeiro é vocacionado para grandes eventos esportivos, e vai fazer “uma grande olimpíada”. Segundo ele, a cidade sabe como se mobilizar e demonstra interesse tanto pelos jogos olímpicos quanto pela Copa.

“Pequenas falhas podem aparecer, mas vai ser um grande evento. O Rio tomou conta até da Copa do Mundo, enquanto São Paulo fica quietinho. Vai ser ótimo, os dirigentes das Olimpíadas no Rio tem conhecimento, o governador e o prefeito estão envolvidos, vai ser um sucesso.” Hawilla, entretanto, preferiu não dar nota, pois está mais envolvido com assuntos ligados à Copa.

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