Quase 10% dos cariocas estão com a vacinação contra covid atrasada
Postos vão ficar abertos nesta sexta-feira até as 17h no mutirão da segunda dose, que está liberada para todos os maiores de 12 anos
Agência O Globo
Publicado em 19 de novembro de 2021 às 08h05.
Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 18h29.
Em mais uma etapa da cruzada contra o coronavírus, a prefeitura do Rio promove nesta sexta-feira um mutirão para imunizar cerca de 600 mil cariocas que estão com a vacina atrasada. Para não deixar ninguém para trás, os postos vão ficar abertos até as 17h no mutirão da segunda dose, que está liberada para todos os maiores de 12 anos.
Na quinta-feira, teve início no município a aplicação de reforço em todos os maiores de 18 anos que tenham tomado a segunda dose há mais de cinco meses. O município criou ainda um calendário específico para imunizar pessoas de 55 a 59 anos a partir do próximo dia 29, com um intervalo menor. Para receber a dose extra, as pessoas nessa faixa etária devem comparecer à unidade de saúde na data marcada para a sua idade e ter tomado a segunda dose há, no mínimo, três meses.
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Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, as pessoas que poderão tomar a terceira dose neste momento são poucas, pois a maior parte do público que completou cinco meses desde a segunda dose já se vacinou porque são idosos ou profissionais de Saúde.
— São 160 mil pessoas aptas a tomar a terceira dose agora, por já terem completado o intervalo mínimo, mas a maioria delas já recebeu o reforço. As pessoas que sobraram são um grupo pequeno, composto por quem tomou a CoronaVac, por exemplo — esclarece.
Público mais vulnerável
De acordo o calendário por idade, quem tem 59 anos e tomou a segunda dose há mais de três meses, por exemplo, poderá tomar o reforço de 29 de novembro até 4 de dezembro. O cronograma segue com as pessoas de 58 anos, no período de 6 a 11 de dezembro. Depois, virão aqueles com 57 anos, de 13 a 18 de dezembro. Os dias de 20 a 23 foram reservados para quem tem 56 anos. E o cronograma fecha com aqueles de 55 anos ou mais, de 27 de dezembro a 4 de janeiro. Todos esses devem respeitar o intervalo de três meses.
Soranz explicou que um dos maiores objetivos da decisão de estabelecer dois cronogramas — sendo um deles aquele direcionado a quem tomou a segunda dose há mais de cinco meses, e o outro, o calendário por idade — foi antecipar o reforço para a faixa etária de 55 anos ou mais.
— Esse grupo é mais vulnerável aos efeitos da Covid-19 e, por isso, demanda uma atenção especial. É importante que essas pessoas possam se vacinar antes, obedecendo ao prazo mínimo de três meses — destaca.
Ao saber das novas datas, o policial federal João Souza, de 44 anos, que tomou a segunda dose em maio, não perdeu tempo: foi ao Centro Municipal de Saúde (CMS) Manoel José Ferreira, no Catete, na Zona Sul, para tomar o reforço ontem mesmo.
— Eu vim porque acho necessário. Não faz sentido ser negacionista quando existe a ciência. Tem pessoas ao meu redor que são, que estavam tentando me convencer a não tomar, me mostrando fake news, mas vim mesmo assim. É importante — diz ele.
Para o administrador João Pedro Marcos, de 24 anos, a vacinação é pelo bem de todos. Morador da Inglaterra, ele aproveitou a passagem pelo Brasil e foi logo ao posto. Ele disse que teme passar a Covid-19 para os avós:
— Eu tomei minha segunda dose no dia 17 de junho na Inglaterra, portanto há cinco meses. Aproveitei que estou aqui. Quero poder comemorar as festas de fim de ano tranquilo com a família.
Embora a cidade do Rio tenha definido as datas de aplicação da dose de reforço, um grupo ainda não sabe quando estará apto a voltar aos postos: aqueles que receberam a vacina da Janssen, ofertada no Brasil em esquema de dose única. Em orientação complementar divulgada quarta-feira, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) informou que aguarda o envio de mais lotes da vacina pelo Ministério da Saúde para anunciar quando vai aplicar a segunda dose.
Isso porque, antes de receber o reforço, aqueles que tomaram a Janssen terão de receber uma segunda dose da mesma vacina num prazo de dois meses após a primeira injeção, segundo orientações do Ministério da Saúde. Já a terceira dose poderá ser de outro imunizante, preferencialmente Pfizer, e deverá ser ministrada no prazo normal das demais vacinas, de cinco meses após a segunda dose.
Janssen: indefinição
O Ministério da Saúde ainda não informou quando chegam os novos frascos da Janssen ao Rio. Além disso, para que o novo esquema vacinal seja regularizado, ele ainda necessita da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que só deu aval até agora para o esquema de dose única.
Embora a vacina da Janssen confira um bom nível de proteção com uma dose, o ciclo de duas doses já é adotado em outros países, como os Estados Unidos. Estudos desenvolvidos ao longo do ano mostraram que a imunidade gerada na primeira injeção, a exemplo de outras vacinas, cai com o passar do tempo, reforçando a importância de uma segunda dose.