Exame Logo

Quarta empresa admite ter pago propina do ISS em SP

A incorporadora Trisul confirmou ao Ministério Público Estadual que fez pagamentos para a máfia do imposto

Empreendimento da Trisul: a empresa confirmou ter feito pagamentos de R$ 70 mil a R$ 200 mil para a liberação de cinco empreendimentos (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 07h52.

São Paulo - A incorporadora Trisul confirmou ao Ministério Público Estadual (MPE) que fez pagamentos para a máfia do Imposto sobre Serviços (ISS) para ter obras aprovadas. A empresa é a última a ser ouvida de uma lista de seis que haviam sido denunciadas pelo auditor Luis Alexandre Cardoso de Magalhães como beneficiárias do esquema.

Outras três já haviam admitido ter feito pagamentos. A denúncia foi feita antes de os promotores do caso descobrirem uma lista com 410 obras que foram alvo da ação.

Segundo o promotor Roberto Bodini, que lidera as investigações sobre a quadrilha, a Trisul confirmou ter feito pagamentos de R$ 70 mil a R$ 200 mil para a liberação de cinco empreendimentos. A data dos repasses, no entanto, não foi divulgada.

"Ela conformou amplamente os fatos que a gente já sabia. A Trisul até noticia a substituição no quadro deles (dos fiscais). Em determinada época, o Luis Alexandre saiu da sala (onde funcionava o setor de quitação do ISS) e a negociação foi feita por um outro auditor fiscal chamado William. Estamos identificando quem seria esse auditor", disse o promotor.

A Trisul, segundo o MPE, manteve a versão dada por outras incorporadores sobre o esquema. Além dela, Brookfield, Alimonti e Tarjab disseram que os pagamentos eram uma espécie de "obrigação": quem não pagava à quadrilha não conseguia a guia de quitação do ISS e, assim, o Habite-se.


A Tecnisa, outra citada, afirmou que contratava um despachante para cuidar do ISS, mas não descartou os pagamentos. Só a BKO - última das empresas denunciadas por Magalhães - negou que pagou propina para a máfia.

"Os pagamentos eram feitos em dinheiro. Na época do Luis Alexandre, era no Café Vermont (localizado na Praça da República, no centro) e, quando esse William assumiu a cobrança da propina, eles eram obrigados a entregar as quantias na escada de incêndio do 11.º andar do Edifício Andraus (onde funcionava parte da Secretaria Municipal de Finanças)", afirmou o promotor.

Delação

As confirmações reforçam as denúncias contra Ronilson Bezerra Rodrigues e Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral, apontados como integrantes da quadrilha. Magalhães e Eduardo Horle Barcellos, que também faziam parte do esquema, fizeram delação premiada e podem ter eventuais penas reduzidas.

Além da acusação contra os fiscais, o Ministério Público pretende acusar de corrupção os empresários que pagavam propina. Mas as evidências de 410 crimes de sonegação - que vêm de uma planilha com a contabilidade do grupo, descoberta pelo MPE - vão ser agora investigadas pela Polícia Civil, que deve interrogar os suspeitos de ligação com o esquema e cruzar as informações com dados tributários fornecidos pela Prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também

São Paulo - A incorporadora Trisul confirmou ao Ministério Público Estadual (MPE) que fez pagamentos para a máfia do Imposto sobre Serviços (ISS) para ter obras aprovadas. A empresa é a última a ser ouvida de uma lista de seis que haviam sido denunciadas pelo auditor Luis Alexandre Cardoso de Magalhães como beneficiárias do esquema.

Outras três já haviam admitido ter feito pagamentos. A denúncia foi feita antes de os promotores do caso descobrirem uma lista com 410 obras que foram alvo da ação.

Segundo o promotor Roberto Bodini, que lidera as investigações sobre a quadrilha, a Trisul confirmou ter feito pagamentos de R$ 70 mil a R$ 200 mil para a liberação de cinco empreendimentos. A data dos repasses, no entanto, não foi divulgada.

"Ela conformou amplamente os fatos que a gente já sabia. A Trisul até noticia a substituição no quadro deles (dos fiscais). Em determinada época, o Luis Alexandre saiu da sala (onde funcionava o setor de quitação do ISS) e a negociação foi feita por um outro auditor fiscal chamado William. Estamos identificando quem seria esse auditor", disse o promotor.

A Trisul, segundo o MPE, manteve a versão dada por outras incorporadores sobre o esquema. Além dela, Brookfield, Alimonti e Tarjab disseram que os pagamentos eram uma espécie de "obrigação": quem não pagava à quadrilha não conseguia a guia de quitação do ISS e, assim, o Habite-se.


A Tecnisa, outra citada, afirmou que contratava um despachante para cuidar do ISS, mas não descartou os pagamentos. Só a BKO - última das empresas denunciadas por Magalhães - negou que pagou propina para a máfia.

"Os pagamentos eram feitos em dinheiro. Na época do Luis Alexandre, era no Café Vermont (localizado na Praça da República, no centro) e, quando esse William assumiu a cobrança da propina, eles eram obrigados a entregar as quantias na escada de incêndio do 11.º andar do Edifício Andraus (onde funcionava parte da Secretaria Municipal de Finanças)", afirmou o promotor.

Delação

As confirmações reforçam as denúncias contra Ronilson Bezerra Rodrigues e Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral, apontados como integrantes da quadrilha. Magalhães e Eduardo Horle Barcellos, que também faziam parte do esquema, fizeram delação premiada e podem ter eventuais penas reduzidas.

Além da acusação contra os fiscais, o Ministério Público pretende acusar de corrupção os empresários que pagavam propina. Mas as evidências de 410 crimes de sonegação - que vêm de uma planilha com a contabilidade do grupo, descoberta pelo MPE - vão ser agora investigadas pela Polícia Civil, que deve interrogar os suspeitos de ligação com o esquema e cruzar as informações com dados tributários fornecidos pela Prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasConstrução civilCorrupçãoEscândalosFraudesMetrópoles globaissao-pauloTrisul

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame