Público se esforça para torcer em silêncio na Paralimpíada
A torcida brasileira provavelmente nunca foi tão silenciosa durante uma partida em casa da seleção de futebol
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2016 às 15h34.
Rio de Janeiro - A torcida brasileira provavelmente nunca foi tão silenciosa durante uma partida em casa da seleção de futebol , mas ainda assim fez barulho demais quando a bola entrou na área adversária aos 29 minutos de jogo.
Com o Brasil perdendo por 1 x 0 para o Marrocos nesta sexta-feira, o volume aumentou em uma arquibancada acostumada a torcer aos gritos quando apareceu a chance de gol, mas o atacante Nonato, sem conseguir ouvir o guizo dentro da bola, errou a finalização.
"Silêncio, por favor", pediu o árbitro aos torcedores. O técnico do Brasil balançou a cabeça negativamente em desespero.
O futebol de 5, em que os jogadores cegos seguem a bola pelo som do chocalho dentro dela, está entre os esportes paralímpicos dos Jogos Rio 2016 em que o barulho da torcida é um problema, e não um incentivo.
Durante a Olimpíada do mês passado, os torcedores brasileiros ficaram marcados por descumprir as regras de etiqueta de esportes como tênis e esgrima, levando um barulhento clima de estádio de futebol para as arenas esportivas.
Competidores adversários eram frequentemente vaiados por um exército de torcedores de amarelo.
Mas no futebol de 5 é diferente, como revelam as placas verdes pedindo por silêncio espalhadas pelas arquibancadas. Os jogadores são total ou parcialmente cegos, e usam vendas para garantir que ninguém tenha vantagem.
Com o público dividido entre a tentação de incentivar e o medo de atrapalhar os jogadores, o barulho do "shiiii" pedindo por silêncio às vezes era mais alto do que os gritos que eles tentavam silenciar.
"É muito difícil. Estamos tentando, mas o que queremos mesmo é gritar", disse Sonia Lima, de 54 anos, durante o intervalo do jogo, quando o barulho aumentou em meio a um sentimento de alívio coletivo pelo fim da necessidade de se fazer silêncio, ao menos por alguns minutos.
Acompanhada de quatro amigos, todos vestidos com camisas do Brasil, Sonia disse que o silêncio em um jogo de futebol não é algo natural. "Quando eles chegam perto do gol dá vontade de gritar".
Felizmente para a torcida que compareceu em bom número à arena no Parque Olímpico, o Brasil conseguiu superar o barulho da arquibancada e virou o marcador no segundo tempo para 3 x 1.
Aliviado depois do jogo, o atacante Jefinho, autor de um dos gols do Brasil, tentou não desanimar os torcedores ao pedir para que façam silêncio nas próximas partidas.
"A energia (da torcida) é muito importante para a gente em campo. O silêncio é necessário, mas o apoio que vem deles é realmente muito importante para a gente também", disse Jefinho, considerado um dos melhores jogadores do mundo no futebol de cinco, a repórteres.
Os brasileiros, atuais campeões paralímpicos, esperam que o público encontre o equilíbrio certo entre barulho e silêncio antes do próximo jogo da seleção, contra a Turquia, no domingo.
"Com o tempo a torcida vai se acostumar com o nosso esporte e vai começar a fazer mais silêncio", disse Jefinho.
Rio de Janeiro - A torcida brasileira provavelmente nunca foi tão silenciosa durante uma partida em casa da seleção de futebol , mas ainda assim fez barulho demais quando a bola entrou na área adversária aos 29 minutos de jogo.
Com o Brasil perdendo por 1 x 0 para o Marrocos nesta sexta-feira, o volume aumentou em uma arquibancada acostumada a torcer aos gritos quando apareceu a chance de gol, mas o atacante Nonato, sem conseguir ouvir o guizo dentro da bola, errou a finalização.
"Silêncio, por favor", pediu o árbitro aos torcedores. O técnico do Brasil balançou a cabeça negativamente em desespero.
O futebol de 5, em que os jogadores cegos seguem a bola pelo som do chocalho dentro dela, está entre os esportes paralímpicos dos Jogos Rio 2016 em que o barulho da torcida é um problema, e não um incentivo.
Durante a Olimpíada do mês passado, os torcedores brasileiros ficaram marcados por descumprir as regras de etiqueta de esportes como tênis e esgrima, levando um barulhento clima de estádio de futebol para as arenas esportivas.
Competidores adversários eram frequentemente vaiados por um exército de torcedores de amarelo.
Mas no futebol de 5 é diferente, como revelam as placas verdes pedindo por silêncio espalhadas pelas arquibancadas. Os jogadores são total ou parcialmente cegos, e usam vendas para garantir que ninguém tenha vantagem.
Com o público dividido entre a tentação de incentivar e o medo de atrapalhar os jogadores, o barulho do "shiiii" pedindo por silêncio às vezes era mais alto do que os gritos que eles tentavam silenciar.
"É muito difícil. Estamos tentando, mas o que queremos mesmo é gritar", disse Sonia Lima, de 54 anos, durante o intervalo do jogo, quando o barulho aumentou em meio a um sentimento de alívio coletivo pelo fim da necessidade de se fazer silêncio, ao menos por alguns minutos.
Acompanhada de quatro amigos, todos vestidos com camisas do Brasil, Sonia disse que o silêncio em um jogo de futebol não é algo natural. "Quando eles chegam perto do gol dá vontade de gritar".
Felizmente para a torcida que compareceu em bom número à arena no Parque Olímpico, o Brasil conseguiu superar o barulho da arquibancada e virou o marcador no segundo tempo para 3 x 1.
Aliviado depois do jogo, o atacante Jefinho, autor de um dos gols do Brasil, tentou não desanimar os torcedores ao pedir para que façam silêncio nas próximas partidas.
"A energia (da torcida) é muito importante para a gente em campo. O silêncio é necessário, mas o apoio que vem deles é realmente muito importante para a gente também", disse Jefinho, considerado um dos melhores jogadores do mundo no futebol de cinco, a repórteres.
Os brasileiros, atuais campeões paralímpicos, esperam que o público encontre o equilíbrio certo entre barulho e silêncio antes do próximo jogo da seleção, contra a Turquia, no domingo.
"Com o tempo a torcida vai se acostumar com o nosso esporte e vai começar a fazer mais silêncio", disse Jefinho.