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PT suspende Delcídio e abre caminho para expulsão do partido

A Executiva Nacional do PT abriu processo disciplinar contra o senador, que pode resultar na sua expulsão do partido e o suspendeu por 60 dias


	O senador Delcídio Amaral: o presidente do PT, Rui Falcão, disse após reunião da Executiva do partido em São Paulo que a decisão contra Delcídio foi unânime
 (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

O senador Delcídio Amaral: o presidente do PT, Rui Falcão, disse após reunião da Executiva do partido em São Paulo que a decisão contra Delcídio foi unânime (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 19h58.

São Paulo - A Executiva Nacional do PT abriu nesta sexta-feira processo disciplinar contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) que pode resultar na sua expulsão do partido e o suspendeu por 60 dias, após a prisão do parlamentar no âmbito da Operação Lava Jato.

O presidente do PT, Rui Falcão, disse após reunião da Executiva do partido em São Paulo que a decisão contra Delcídio foi unânime.

“Vamos aplicar o artigo 246, que considera as atividades dele passíveis de expulsão, entretanto quem promove a expulsão é o Diretório Nacional”, afirmou Falcão em entrevista coletiva.

“Os seus direitos de filiado estão suspensos por 60 dias.” Delcídio, que terá até 60 dias para se defender, está detido desde o dia 25 de novembro, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentar obstruir o andamento da operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

O senador foi preso acusado de oferecer dinheiro, influência política junto ao STF e até uma rota de fuga ao ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró em troca do silêncio dele na Lava Jato. A decisão do STF de prender o senador foi referendada pelo plenário do Senado também no dia 25 de novembro.

O presidente do PT ratificou nota divulgada pelo partido após a prisão de Delcídio, segundo a qual "nenhuma das tratativas atribuídas ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária".

Durante a reunião do PT nesta sexta-feira, os integrantes da Executiva do partido decidiram também conclamar as “forças democráticas” para defender o mandato da presidente Dilma Rousseff, depois de decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acolher pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma.

“Convidamos os demais partidos progressistas, os sindicatos, os movimentos sociais...a se unirem e agirem numa jornada nacional contra o retrocesso e pela legalidade”, informa nota sobre a reunião do partido.

SEM TEMOR COM PMDB

O presidente do PT afirmou não ter qualquer “temor” de que todo o PMDB defenda o impedimento da presidente e ressaltou que o vice-presidente da República, Michel Temer, que também preside o PMDB, “deu declarações de que o impeachment carece de base legal”.

Segundo Falcão, o PMDB deve apontar o substituto do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, caso se confirme sua saída do governo. “O PMDB faz parte da base aliada, tem ministros que integram nosso governo.

Creio que se efetivamente o ministro Padilha sair, o PMDB indicará provavelmente outro, e o comportamento da bancada do PMDB tem sido, em sua maioria, aprovando projetos de interesse do país”, declarou.

Sobre a comissão especial da Câmara a ser formada e que é responsável por analisar o pedido de impeachment, Falcão disse que o PT confia em uma resolução favorável ao governo no Congresso. “Nós temos a expectativa de que eles (parlamentares) vão examinar o pedido estritamente naquilo que ele contempla, que é qualquer ausência de base legal, portanto não é preciso buscar simpatia. O que nós queremos é que eles ajam de acordo com a lei”, disse Falcão.

O presidente do PT disse ainda que espera que o processo de impeachment “seja resolvido rapidamente”, e que o partido “acha que é importante para o país que tenha paz e tranquilidade para continuar crescendo”.

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