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PT prega saída de Geddel e cita escândalos no governo Temer

O texto diz que, no passado, o ministro esteve "implicado" no desvio de verbas públicas, por meio de emendas parlamentares

Geddel: "a situação é insustentável", disse o líder do PT no Senado (Ueslei Marcelino/Reuters)

Geddel: "a situação é insustentável", disse o líder do PT no Senado (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 21h44.

Brasília, 22 - O PT vai aproveitar as denúncias contra o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para tentar impulsionar o coro do "Fora Temer".

Em reunião realizada nesta terça-feira, 22, em Brasília, a Executiva Nacional do PT aprovou nota em que prega a demissão do ministro, a quem chama de "notório Geddel" e afirma que o governo comandado por Michel Temer está envolvido numa "sucessão de escândalos".

Em tom duro, o texto diz que, no passado, o ministro esteve "implicado" na fraude dos "anões do Orçamento" da União, como ficou conhecido o desvio de verbas públicas, por meio de emendas parlamentares.

À época, em 1993, deputados foram acusados de manipular emendas para beneficiar empreiteiras. Geddel, porém, acabou inocentado na CPI que investigou o caso.

"Envolvido numa sucessão de escândalos, sendo o mais recente a prática de lobby em benefício próprio imputado ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o governo golpista aprofunda a crise econômica, precipitando o País não apenas numa persistente recessão, mas agora numa gravíssima depressão", diz a nota da Executiva do PT.

Geddel foi acusado pelo ministro demissionário da Cultura Marcelo Calero de ter feito pressão para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) liberasse a construção de um prédio em Salvador, perto de uma área tombada, onde ele tem um apartamento. A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu investigação para apurar o caso. Temer decidiu manter o ministro.

"A situação é insustentável", disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), após deixar a reunião da Executiva. "O ministro tentou dourar a pílula, falando que não houve pressão, mas é grave o presidente ter conhecimento disso e nada fazer."

Na nota, a cúpula petista afirma, ainda, que crescem a instabilidade política, as "medidas de exceção", a incerteza, a insegurança e a violência. O documento faz críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos públicos por 20 anos, hoje em tramitação no Senado, e diz que o desemprego já atinge 22 milhões de pessoas.

A reunião tratou ainda do regimento do 6.º Congresso do PT, previsto para os dias 7, 8 e 9 de abril de 2017. Sob sua maior crise, com o impeachment de Dilma Rousseff, denúncias de corrupção contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o fiasco nas eleições municipais, o PT mudará sua direção nesse encontro. Há, porém, um racha interno e seus dirigentes ainda brigam para definir como deve ser a cara e o perfil do partido de agora em diante.

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