PT mantém apoio a candidato aliado de Bolsonaro em Belford Roxo
Apoio à reeleição do prefeito Wagner Carneiro (MBD) foi mantido apesar do pedido inédito feito por todos os seis ex-presidentes do partido
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de agosto de 2020 às 07h00.
Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 09h54.
Mesmo depois de um inédito pedido feito por todos os seis ex-presidentes vivos do partido, a direção nacional do PT decidiu nesta segunda-feira, 17, manter o apoio à reeleição do prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro, o Waguinho (MDB) aliado do presidente Jair Bolsonaro . A aliança foi mantida por 40 votos a 36 e uma abstenção. A corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) garantiu a maioria dos votos para a manutenção do apoio ao aliado de Bolsonaro.
O principal defensor da proposta foi o ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá, hoje um dos vice-presidentes do PT. O diretório nacional do partido já havia autorizado a aliança na reunião anterior, dia 7. Nos dias seguintes à decisão, Quaquá e Valter Pomar, líder da corrente minoritária Articulação de Esquerda, trocaram alfinetadas por meio de textos publicados na internet.
No dia 10, os seis ex-presidentes do PT ainda vivos assinaram uma carta endereçada à presidente do partido, Gleisi Hoffmann, pedindo a suspensão da aliança. “As resoluções de nosso VII Congresso e da direção partidária são inequívocas: nenhuma aliança pode ser estabelecida com o neofascismo, com os partidos e candidatos que o representam em qualquer espaço do território nacional. O PT deve ser exemplo de coerência e firmeza, por todo o País, refutando qualquer concessão na batalha que trava nosso povo contra o autoritarismo”, dizem os ex-presidentes petistas.
A iniciativa inédita no partido teve as assinaturas de José Dirceu, José Genoino, Rui Falcão, Tasso Genro, Ricardo Berzoini e Olivio Dutra. Lideranças petistas lembram que, além de contrariar as resoluções do VII Congresso, a aliança vai no sentido contrário da orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu ao PT que lance candidatos próprios no maior número possível de capitais e cidades com segundo turno. O texto foi colocado em votação na reunião desta segunda-feira, mas foi derrotado.