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PT condena golpismo e sugere mudanças na economia

O PT defendeu a necessidade de garantir a governabilidade da presidente Dilma Rousseff e combater o “golpismo”


	A presidente Dilma Rousseff: texto sobre a conjuntura política do país aponta uma “intensa ofensiva conservadora”
 (Nacho Doce/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff: texto sobre a conjuntura política do país aponta uma “intensa ofensiva conservadora” (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2015 às 20h28.

Brasília - O PT defendeu em documento aprovado pelo diretório nacional a necessidade de garantir a governabilidade da presidente Dilma Rousseff e combater o “golpismo”, além de sugerir mudanças na política econômica.

O texto sobre a conjuntura política do país aponta uma “intensa ofensiva conservadora”, principalmente da oposição, e critica ala de integrantes da base que dificultaram a situação do governo no Congresso Nacional, creditando a fragilidade de manutenção da base aliada à queda de popularidade de Dilma.

“O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, nestas circunstâncias, considera que o principal objetivo tático é derrotar a escalada golpista, isolar a oposição de direita e recuperar as condições plenas de governabilidade”, diz o documento divulgado após reunião do diretório nesta quinta-feira.

“A situação congressual agravou-se também pela preponderância, dentro da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, de sua ala mais reacionária, capitaneada pelo deputado Eduardo Cunha”, afirma o texto.

"Depois de conquistada a presidência da Casa, o parlamentar rapidamente pactuou com o bloco PSDB-DEM-PPS e assumiu a liderança de uma agenda para contrarreformas, além de flertar com o impeachment presidencial", diz.

Cunha, que rompeu com o governo após ser acusado por um delator da Lava Jato de receber 5 milhões de dólares em propina no esquema de corrupção da Petrobras, é alvo de denúncia e inquérito no STF e também tem pedido de cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Câmara.

Em entrevista a jornalistas, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que durante reunião chegou-se a aventar a hipótese de o partido também apresentar uma representação contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética Casa. A proposta, no entanto, foi rejeitada.

Mais cedo, o presidente do PT afirmou que os deputados da bancada votarão de acordo com orientações da direção partidária no processo contra Cunha já em curso no Conselho de Ética.

O governo vem evitando tomar iniciativas contra o presidente da Câmara, que tem a prerrogativa de aceitar ou arquivar pedidos de impeachment contra Dilma. Cunha já deu a entender a aliados que pode fazer uso dessa prerrogativa caso o Ministério Público peça seu afastamento da presidência da Câmara.

CRESCIMENTO ECONÔMICO

Falcão defendeu, na entrevista, a necessidade de garantir a governabilidade de Dilma para a retomada do crescimento econômico. Disse, no entanto, que não poderá ser construída sob ameaças de impeachment ou de votações das chamadas “pautas-bomba”, matérias com impacto nas contas públicas.

A resolução aprovada pelo diretório petista faz menção a dois documentos, um redigido pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e outra pela bancada petista de deputados, com sugestões de mudanças na política econômica, como a taxação de grande fortunas, de juros sobre lucros e dividendos, ênfase no mercado interno, ao crédito e à redução gradual da taxa de juros.

“A recuperação fiscal do Estado deve ser encaminhada, como tem reafirmado o PT, com medidas que aumentem a tributação sobre a renda, a riqueza e a propriedade dos extratos mais abastados, ao mesmo tempo em que o governo reduza seus gastos financeiros, através do rebaixamento paulatino da taxa de juros”, diz o texto, que também defende a recriação da CPMF.

O documento sugere ainda a retomada do “funcionamento pleno” do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.

Questionado sobre a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se candidatar à Presidência em 2018, Falcão disse não saber se ele está disposto. “Mas que nós queremos ele como candidato em 2018, isso podemos dizer. Mas essa decisão não está tomada ainda.”

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