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PT busca consenso entre dois nomes para tesouraria

Membros do diretório do partido ainda não discutiram o nome do substituto de João Vaccari Neto, preso na quarta-feira


	O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto: membros do diretório buscam agora um consenso entre dois nomes para assumir a tesouraria
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto: membros do diretório buscam agora um consenso entre dois nomes para assumir a tesouraria (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 17h12.

São Paulo - Com cerca de quatro horas de reunião em São Paulo, os membros do Diretório Nacional do PT ainda não discutiram especificamente o nome do substituto do ex-tesoureiro João Vaccari Neto.

Segundo relatos de integrantes da reunião, houve debates sobre conjuntura e reforma política e os membros do diretório buscam agora um consenso entre dois nomes para assumir a tesouraria.

Para evitar vazamentos, os celulares dos membros do diretório foram confiscados. Cerca de 30 petistas se inscreveram pedindo para discursar.

As falas em torno de conjuntura, abordaram a situação atual do partido em meio às denúncias de corrupção na Petrobras e também passaram pela questão da sucessão da tesouraria após o afastamento de João Vaccari Neto, preso na quarta-feira.

Da reunião, sairá uma tese escrita pelo presidente Rui Falcão e aprovada pelos integrantes do diretório. No momento, estão sendo discutidas emendas à tese. A ex-prefeita de Fortaleza e deputada Luizianne Lins disse que houve análises sobre o crescimento do antipetismo, principalmente em São Paulo.

"É preciso separar o núcleo duro da direito dos descontentes. Existe um setor da sociedade, descontente com o aumento da energia, da gasolina, que está sendo disputado. Não podemos deixar esse setor cair no colo da direita", disse Luizianne, que vê como um erro a tentativa de classificar as manifestações como um movimento apenas de direita.

A proposta de o partido abrir mão voluntariamente de doações empresariais foi debatida, mas o tema não deve ser decidido hoje. Segundo a petista, há um apoio forte à proposta, mas a definição deve ficar para o 5º Congresso do partido, marcado para junho, em Salvador.

Com relação a impeachment, Luizianne disse que não foi um tema tratado diretamente, mas que houve várias intervenções sobre as tentativas de se "criminalizar" e "aniquilar" o partido e sobre como o PT deve reagir.

"Uma das manifestações foram sobre como antes a polícia agia contra pobre e preto e sobre como agora é contra preto, pobre e petista", comentou. A deputada disse que a prisão de Vaccari foi mencionada por integrantes do diretório em meio às falas sobre conjuntura.

Ela disse que foi bastante apontada a coincidência da data da prisão na quarta-feira no mesmo dia em que diversos movimentos mais próximos ao PT faziam manifestações pelo País contra o projeto de lei 4330, que libera a terceirização para atividades-fim. O PT votou contra o 4330 na Câmara, enquanto PMDB e PSDB votaram favoravelmente e conseguiram a aprovação do texto-base.

Houve manifestações de diversos sindicatos e movimentos sociais contra o projeto e as votações de emendas e destaques ao projeto foram retardadas.

"Falou-se muito desse momento em que a prisão aconteceu e como ela era desnecessária", comentou Luizianne em referência à argumentação petista de que Vaccari estava cooperando com as investigações e não demonstrava risco de fugir.

Questionada se o partido não acaba se vitimizando com o discurso adotado até aqui, Luizianne respondeu considerar uma reação natural.

"Está sendo desproporcional. A vida não é assim? Quando tem alguma força desproporcional, a outra fica vitimizada." Ainda sobre conjuntura, Luizianne disse que se falou sobre o governo de coalizão. Ela afirmou que, sem a menção específica do PMDB ou de qualquer partido da base, houve defesas de que o PT deve puxar o governo para a esquerda.

"É um governo de coalizão, portanto quem deve nesta coalizão puxar a conjuntura para a esquerda é o PT, porque nós estamos em um governo de centro-esquerda, então quem tem que ser a ponta de esquerda que puxe o governo é o PT."

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