Brasil

PSDB vai aguardar TSE para decidir sobre apoio a Temer, diz Doria

Apesar de ministros tucanos terem confirmado permanência da sigla no governo, os tucanos paulistas estão pressionando pelo rompimento com o governo

Doria: "vamos aguardar a decisão do TSE para dar um posicionamento do PSDB sobre o governo Temer", disse Doria (Nacho Doce/Reuters)

Doria: "vamos aguardar a decisão do TSE para dar um posicionamento do PSDB sobre o governo Temer", disse Doria (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de junho de 2017 às 10h33.

Última atualização em 5 de junho de 2017 às 12h38.

O prefeito da cidade de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), procurou ser cauteloso na manhã desta segunda-feira, 5, ao falar com jornalistas sobre a reunião do diretório estadual de seu partido para definir a permanência ou o desembarque da base de apoio do governo do presidente Michel Temer (PMDB-SP).

"Vamos aguardar a decisão do TSE para dar um posicionamento do PSDB sobre o governo Temer", disse Doria ao chegar para evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), entidade que foi presidente até antes de se candidatar a prefeito, que trata na manhã desta segunda-feira, 5, do tema Saúde.

Neste domingo 4, ministros tucanos foram até ao Palácio do Jaburu, em Brasília, residência oficial do presidente Temer, para confirmar ao mandatário a permanência da sigla no governo.

Os tucanos paulistas, no entanto, estão pressionando pelo rompimento com o governo federal, posição que não recebe o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nem do prefeito.

Entendimento igual tem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em artigo no jornal O Estado de S. Paulo, de domingo defendeu a serenidade no tocante a uma decisão do PSDB.

Na sexta-feira à noite, o presidente Michel Temer veio a São Paulo e se reuniu por cerca de uma hora e meia com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes.

A visita teve como objetivo pedir ao governador que convencesse os prefeitos paulistas tucanos a não romperem o apoio ao governo federal. Antes da reunião com Temer, Alckmin já havia se encontrado com um grupo de prefeitos para tratar do tema.

"Não é hora de precipitar decisões. No momento é preciso proteger a economia e estimular a aprovação das reformas no Congresso", disse Doria. Ele disse que a sua posição é a mesma do governador. "A nossa posição é a mesma do governador Geraldo Alckmin. Rigorosamente a mesma. Não é hora de precipitar decisões. Nós temos amanhã o julgamento no TSE. Pode ser concluído amanhã ou nos próximos dias se houver vistas. Vamos aguardar essa decisão e aí sim dar um posicionamento do PSDB", reforçou o prefeito, afirmando que participará da reunião estadual de seu partido, prevista para hoje na Capital.

Recessão

O prefeito de São Paulo disse, ainda, que após três anos de recessão no País, a economia começa a mostrar seus "primeiros insumos de oxigênio" e que isso não pode ser contaminado por temas políticos. Ele fez a afirmação ao ser indagado sobre se o PSDB permanecerá ou não na base de apoio do governo Temer.

"Um País que tem 14 milhões de desempregados, mais sete milhões de subempregados e mais uma população com uma renda muito baixa precisa ter cuidado ao tratar desse assunto para não contaminar a economia com um tema da política", disse o prefeito.

"Depois de três anos de recessão estamos tendo os primeiros insumos de oxigênio na economia. Não se pode comprometer isso com decisões precipitadas", reiterou Doria, acrescentando que o momento exige que se cuide da economia.

Perguntado sobre qual é seu entendimento de cuidado, o tucano disse: "Eu respeito a lei. Que as investigações prossigam. O que não pode é precipitar julgamentos e tomar decisões antes do que a própria lei (determinar)".

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaJoão Doria JúniorMichel TemerPSDBTSE

Mais de Brasil

STF nega liberdade condicional a ex-deputado Daniel Silveira

Três pessoas morrem soterradas em Taubaté, no interior de São Paulo

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial

Pacote fiscal: Lula sanciona mudanças no BPC com dois vetos