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PSDB não pode viver de encantamento, diz fundador do partido

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, de 71 anos, se apresentou oficialmente como pré-candidato do partido à Presidência da República em 2018

O presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebem prefeitos e autoridades do Poder Legislativo no Salão Negro do Congresso Nacional para debater o pacto federativo e desenvolvimento regional. 

Em pronunciamento, prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. 

Foto: Pedro França/Agência Senado (Pedro França/Agência Senado)

O presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebem prefeitos e autoridades do Poder Legislativo no Salão Negro do Congresso Nacional para debater o pacto federativo e desenvolvimento regional. Em pronunciamento, prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Foto: Pedro França/Agência Senado (Pedro França/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 12h42.

São Paulo - Um dos fundadores do PSDB, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, de 71 anos, se apresentou oficialmente na segunda-feira, 2, como pré-candidato do partido à Presidência da República em 2018. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que, entre João Doria e Geraldo Alckmin, é o mais competitivo.

O PSDB chegará dividido em 2018?

O PSDB tem muitos rachas porque nunca fizemos prévias presidenciais. Tem gente que perde a indicação e depois não morre de entusiasmo em apoiar o escolhido.

Não conseguimos falar uma linguagem que unifique o Brasil. Quem ganhar prévia sairá legitimado. Seria uma leviandade de último grau de quem perder ir para outro partido.

Quando devem ser realizadas as prévias?

Defendo que sejam em maio, mais perto das convenções definitivas. Se fossem em dezembro, isso só ajudaria quem é favorito hoje.

Como avalia a força de João Doria no PSDB? Há um setor do partido encantado com ele.

Partido existe para ser pressionado e instigado. O partido não pode viver de encantamento. Quem encanta mesmo é o flautista da serpente.

Quem deve votar, na sua opinião: todos os militantes ou um colégio eleitoral mais restrito?

Todos os militantes. O jogo precisa ser bastante aberto. Quero mostrar na campanha a insensibilidade de uma certa elite do País que não tem a menor noção do que é a realidade do Nordeste e muito menos do Amazonas.

Olham a Amazônia com um certo preconceito. Ignorar a Amazônia é uma cafonice. As pessoas precisam entender que não basta chegar aqui e fazer uma reuniãozinha de empresários em um hotel à beira do rio.

Quando o sr. fala de empresários reunidos em um hotel à beira do Rio, se refere ao João Doria? O Grupo Lide, fundado por ele, realizou em Manaus, em um hotel como esse, vários encontros empresariais.

Ele não é a única pessoa dessa elite que se reuniu no (Hotel) Tropical. Há quase que uma cultura de ignorar a Amazônia. Há uma cultura de fingir que gosta do Amazonas. Se dependesse deles, a Hyundai não estaria aqui. Conseguimos meio que na marra, contra tudo e todos, os subsídios fiscais.

Quem é hoje mais competitivo: Alckmin ou Doria?

Dos três, o mais competitivo serei eu. Entre os dois, eu sinceramente estou acostumado a nadar contra a corrente. Nunca fui de me pendurar em máquinas.

O senador Aécio Neves ainda é o presidente licenciado do PSDB. Isso constrange o partido?

Houve uma perda de densidade dele como dirigente. Do ponto de vista jurídico, porém, não foi correta a decisão do STF. Mas está na hora de trocar toda a direção do partido.

Defende que o PSDB na Câmara vote a favor da admissibilidade da denúncia da PGR contra Temer?

É uma coisa complicada. Há uma certa esquizofrenia batendo em alguns: 73% são contra o governo do Temer, mas a solução está nas reformas. Se você tira o apoio formal, isso enfraquece demais o governo e impede as reformas. Já isso do PSDB sair ou não do governo virou uma questão irrelevante.

O deputado Jair Bolsonaro dividirá votos com o PSDB em 2018?

Ele expressa o sentimento dos militares da reserva e de quem tem saudade da ditadura, que não voltará. Acho que a candidatura dele se esvaziará.

Como o sr. pretende viabilizar sua pré-candidatura?

Vou viajar pelo Brasil. Estamos montando uma agenda com aquilo que caiba nos dias fora do expediente na prefeitura. Ou seja: fim de semana, feriado e depois do expediente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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