Brasil

PSDB é ingrato e perdeu chance do impeachment, diz Cunha

Leitão se encontrou com o peemedebista logo que o líder da bancada, Carlos Sampaio (SP), formalizou a intenção de pedir em plenário seu afastamento


	Eduardo Cunha: na avaliação de Cunha, os tucanos foram ingratos porque a oposição nunca ganhou tanto protagonismo numa legislatura como agora
 (José Cruz/Agência Brasil)

Eduardo Cunha: na avaliação de Cunha, os tucanos foram ingratos porque a oposição nunca ganhou tanto protagonismo numa legislatura como agora (José Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 11h43.

Brasília - Informado em "tempo real" sobre a entrevista coletiva da bancada do PSDB anunciando rompimento na manhã desta quinta-feira, 12, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), descarregou sua fúria sobre o vice-líder da bancada tucana, Nilson Leitão (MT).

Segundo testemunhas que presenciaram o encontro com o tucano, Cunha chamou o PSDB de "ingrato" e disse que a oposição jogou fora a oportunidade de ver aberto o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Leitão se encontrou com o peemedebista logo que o líder da bancada, Carlos Sampaio (SP), formalizou a intenção de pedir em plenário seu afastamento.

O vice-líder foi conversar com Cunha sobre a instalação da CPI da Funai, mas logo que abriu a porta foi "metralhado" com uma série de adjetivos negativos.

Segundo as testemunhas, Leitão ouviu as reclamações e disse que ele deveria procurar o líder Sampaio.

Na avaliação de Cunha, os tucanos foram ingratos porque a oposição nunca ganhou tanto protagonismo numa legislatura como agora.

A oposição foi contemplada com espaço na Mesa Diretora, com funções de destaques nas CPIs, com votações de interesse das bancadas oposicionistas e com um amplo palanque no plenário para atacar e derrotar o governo.

Aliados de Cunha disseram que o peemedebista ficou "enfurecido" e "revoltado" com a postura do PSDB.

"O Eduardo Cunha reagiu com indignação. Achou um absurdo", revelou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP).

Paulinho disse que no almoço de terça-feira com o peemedebista, o PSDB teve uma postura diferente da anunciada nesta quarta.

Agora ele já não sabe se Cunha anunciará mesmo nesta semana um novo rito para o processo de impeachment, como havia prometido.

"Acho que foi mal (a ruptura) porque, no meu ponto de vista, abriram mão do impeachment. Jogaram o Cunha no colo do PT", avaliou Paulinho.

Os oposicionistas estavam insatisfeitos com a postura ambígua de Cunha sobre a abertura do processo contra Dilma.

Segundo líderes de oposição, toda semana o peemedebista vinha apenas dando sinais de que poderia deferir o pedido de afastamento de Dilma, mas não dava um passo firme em direção a isso.

"Ele sempre acena com a possibilidade", contou um oposicionista reclamando da "enrolação" do presidente da Câmara.

"O Cunha estava escolhendo o melhor caminho para se salvar. Chega na hora do Cunha decidir e o PSDB pula do barco? Entrega ele ao PT?", criticou um deputado próximo do peemedebista.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEduardo CunhaImpeachmentOposição políticaPartidos políticosPolítica no BrasilPSDB

Mais de Brasil

Quero ser responsável pela vitória dele, diz Lula no lançamento da candidatura de Boulos em SP

Com esquerda em peso e até bolsonarista, PSD oficializa candidatura de Paes sem definir vice

Vamos colocar a periferia em primeiro lugar, diz Boulos ao oficializar candidatura ao lado de Lula

Fuad e Kassab apostam em discurso moderado e feitos da gestão para reeleição em prefeitura BH

Mais na Exame