Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de maio de 2017 às 12h04.
Última atualização em 25 de maio de 2017 às 12h27.
Em meio ao aumento das incertezas políticas, o nome do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga passou a ser lembrado para comandar o Ministério da Fazenda, caso o presidente Michel Temer seja cassado ou renuncie ao mandato.
No PSDB, partido de sustentação do governo Temer hoje, tucanos já discutem a possibilidade de tentar emplacar Fraga como ministro da Fazenda de um eventual novo governo.
O nome do ex-presidente do BC já tinha sido cogitado quando o presidente Temer estava montando a sua equipe econômica.
Ele também foi o "ministro" da Fazenda escolhido por Aécio Neves (MG) durante a campanha presidencial de 2014, quando o senador tucano, hoje afastado do cargo e com prisão preventiva recomendada pela Procuradoria Geral da República, perdeu a eleição para Dilma Rousseff (PT).
Publicamente, deputados do partido evitam falar sobre eventual substituição de Henrique Meirelles do Ministério da Fazenda, sob o argumento de que ainda é cedo.
Também alegam que qualquer discussão sobre isso neste momento pode gerar uma instabilidade no mercado.
Em reservado, porém, reconhecem que Fraga tem preferência de alguns tucanos, embora uma eventual agenda de reformas seja muito semelhante à de Meirelles.
Apesar das especulações, caciques do partido evitam falar sobre o assunto e veem como um cenário muito perigoso os rumores de nomes, quadro que pode desestabilizar a equipe econômica e piorar a crise. "Era só o que faltava desestabilizar a equipe econômica", comentou um cacique do partido.
O ministro da Fazenda tem dado indicações de que poderia ficar no cargo em um novo governo, o que agradou ao mercado financeiro. Tucanos dizem não ter um veto explícito a Meirelles, mas afirmam que há algumas "divergências".
"A agenda dele de reformas é a do PSDB, mas temos algumas divergências", declarou um deputado do partido, mantendo anonimato.
Parlamentares do PSDB afirmam que, pela importância do cargo, o comando da Fazenda também entrará na negociação entre os grandes partidos sobre a substituição do presidente Temer.