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PSB entra no Conselho de Ética contra deputado da tatuagem

A representação contra Wladimir Costa é por quebra de decoro parlamentar, após suposto assédio contra uma jornalista da CBN

Wladimir Costa: o deputado disse que jamais poderia ser acusado de assédio (Facebook/Reprodução)

Wladimir Costa: o deputado disse que jamais poderia ser acusado de assédio (Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 16h13.

O PSB entrou nesta quarta-feira, 9, com uma representação contra o deputado Wladimir Costa (SD-PA) no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, após suposto assédio contra uma jornalista.

A ação foi encampada pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Costa ganhou destaque nacional após declarar que votaria contra a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer e exibir uma tatuagem com o nome dele no ombro.

Na semana passada, Temer jantou com deputados da base aliada na véspera da votação da Câmara.

Na ocasião, a jornalista Basília Rodrigues, da rádio CBN pediu que o deputado do SD do Pará mostrasse a marca feita em homenagem ao presidente, uma vez que havia dúvidas se o desenho era definitivo ou se tratava de uma tatuagem temporária.

Na frente de outros repórteres e deputados, Costa respondeu: "Pra você, só se for o corpo inteiro". Em seguida, após ser perguntado, novamente, por Basília, o deputado do SD disse:

"Eu tenho várias tatuagens no corpo inteiro, amor". Ela relatou o caso nas redes sociais e disse que, na ocasião, vários deputados pediram desculpas a ela e ficaram constrangidos com a resposta de Costa.

Após a repercussão do caso, o deputado paraense voltou a fazer ataques contra Basília no Facebook e disse que jamais poderia ser acusado de assédio, pois "basta ver as fotos da mesma e todos irão ver que ela foge totalmente dos padrões estéticos que supostamente, despertaria algum tipo de desejo em alguém".

Na peça, o PSB alega que Costa "cometeu ataques morais e de flagrante desrespeito" contra a jornalista e destaca que ela se dedica há mais de dez anos a coberturas políticas e do Judiciário em Brasília.

O partido também afirma que "a atitude vexaminosa e reprovável do deputado, além de ofensiva à profissional e cidadã Basília Rodrigues, expôs a Câmara dos Deputados e contribui para a deterioração da sua imagem institucional perante a sociedade, ocasionando uma quebra de confiança e credibilidade nas instituições democráticas".

De acordo com a legenda, Costa teve uma "postura jocosa e machista" e "praticou atos de discriminação de gênero contra a jornalista, evidenciando nítido machismo e misoginia, o que fere a ética e o decoro parlamentar". Na peça, a sigla pede para que a representação seja analisada "para aplicar punição cabível e na exata extensão das condutas praticadas pelo deputado".

Procurado, o deputado disse que a ação foi movida pela agremiação porque Delgado tem "problemas pessoais" contra ele. Segundo Costa, eles protagonizaram diversos embates tanto no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara como em outras comissão da Casa.

O deputado do SD também rechaça a acusação de que tenha assediado Basília.

"Eu não tenho uma tatuagem, eu tenho várias, eu tenho sete tatuagens. O fato de dizer 'Pra você, eu mostro tudo' e ainda em tom de brincadeira... Eu não disse 'Pra você, eu fico nu, eu fico despido, eu fico pelado'. Eu não usei esses termos. Aí, não há quebra de decoro e muito menos assédio", disse.

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