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PSB é a 'noiva da vez' para 2014, diz analista

O PSB é importante para "todos os partidos que querem jogar o jogo eleitoral nacional", diz analista político


	Eduardo Campos: governador - definido por Dantas como "um político habilidoso" - "colocou um pé em cada canoa", flertando com PT e PSDB
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

Eduardo Campos: governador - definido por Dantas como "um político habilidoso" - "colocou um pé em cada canoa", flertando com PT e PSDB (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2012 às 18h10.

São Paulo - Em uma análise do cenário pós eleições municipais no Brasil, o cientista político e professor do Insper Humberto Dantas avalia que o PSB se fortaleceu como força política estratégica no plano nacional ao inflar em mais de 40% o número de prefeitos eleitos pela sigla. Para Dantas, o PSB é importante para "todos os partidos que querem jogar o jogo eleitoral nacional, tornando-se a noiva da vez nas eleições presidenciais de 2014". "Eduardo Campos (presidente do PSB e governador de Pernambuco) está fazendo o jogo de ser, enquanto partido político, a moça mais desejada da festa. É um partido estratégico para todas as demais siglas que querem jogar o jogo eleitoral nacional em 2014", avalia.

Dantas ressalta que o PSB tem um bom desempenho nos Estados do nordeste, "região predominantemente petista", onde os tucanos tiveram dificuldade em obter votos nas últimas eleições nacionais. "Isso torna o partido um aliado preferencial do PSDB, especialmente porque o DEM, aliado histórico dos tucanos, perdeu sua penetração nessa região", afirmou.

Ele menciona também que, em uma eleição com resultados apertados, o apoio dos socialistas pode ser decisivo para o PT manter-se no poder devido ao elevado número de palanques da sigla de Campos."É um partido que governa seis Estados, incluindo alguns importantes do nordeste. É um partido ultra estratégico para as pretensões futuras do PSDB e para a manutenção do poder no PT", analisa.


O cientista político explica que, ao se dar conta dessa conjuntura, Campos - definido por Dantas como "um político habilidoso" - "colocou um pé em cada canoa", flertando com o PT e o PSDB. "Ele apareceu em um almoço com a (presidente) Dilma e com o (ex-presidente) Lula, posa para fotos com o (senador mineiro do PSDB) Aécio Neves e deixa no ar a possibilidade de lançar candidatura própria ao Planalto", diz.

São Paulo

Ao analisar o resultado das eleições em São Paulo, onde o estreante em disputas eleitorais Fernando Haddad (PT) venceu o candidato do PSDB, José Serra, Dantas ressaltou a importância da participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que ele foi "um dos fatores decisivos", não o único. "O binômio PT forte em São Paulo e desejo de renovação na cidade fez com que, dentro das estruturas do PT, entendessem que era necessário colocar alguém novo na disputa. Lula bancou a candidatura de Haddad, ou seja, é o responsável pela indicação, mas o partido e a vontade da sociedade também foram", avaliou.

Para Dantas, Lula não teve um desempenho muito bom em diversas cidades onde ele fez campanha. Ele citou Fortaleza (CE), Recife (PE), Manaus (AM) e Salvador (BA), onde Lula participou das campanhas, mas seus candidatos perderam. "Apenas Campinas (onde o estreante em eleições Marcio Pochmann perdeu, mas conseguiu chegar ao segundo turno) e São Paulo contaram com uma participação decisiva de Lula, nos outros lugares dá para dizer que o Lula derrapou", comentou.

Sobre o desempenho do PSDB neste pleito, o professor do Insper afirmou que, apesar da derrota para o PT em São Paulo, o partido obteve "vitórias interessantes" no País. "O PSDB volta ao poder em Manaus, lembremos que a Dilma, em 2010, teve mais de 80% dos votos válidos naquele Estado, importantíssimo para o PSDB. Vence em Belém, vai bem no Recife", afirma. Dantas ressalta, porém, que algumas derrotas no Estado de São Paulo passaram um recado ao partido. "As urnas dão recados que merecem atenção do PSDB, eles perderam São José dos Campos, que é uma cidade emblemática (por ser um dos berços políticos do governador Geraldo Alckmin), Jundiaí, é preciso observar", diz. E emenda: "agora, o PT também perde coisas históricas. Perdeu Diadema para o PV, que lançou um ex-tucano para a Prefeitura", diz. "Ambos têm derrotas importantes, mas têm vitórias interessantes", conclui.

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