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PSB articula bloco para ter presidência da Câmara

Meta é impulsionar o candidato do partido à presidência da Casa, o deputado mineiro Júlio Delgado (PSB-MG)


	Deputado federal Júlio Delgado (PSB) em audiência na Câmara, em Brasília
 (Câmara dos Deputados/Arquivo)

Deputado federal Júlio Delgado (PSB) em audiência na Câmara, em Brasília (Câmara dos Deputados/Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 18h11.

Brasília - O PSB está tentando montar um bloco de oposição ao governo de Dilma Rousseff dentro da Câmara dos Deputados. A meta, nessa articulação, é impulsionar o candidato do partido à presidência da Casa, o deputado mineiro Júlio Delgado (PSB-MG).

Caso se concretize a aliança do PSB com o Solidariedade, o PPS e o PV, o bloco nascerá com 67 deputados federais, número suficiente para colocar Delgado como competitivo.

Até agora, fazem parte desse grupo o candidato do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), e o do PT, que já decidiu entrar na disputa, mas não definiu quem apoiar.

O PT deve começar a próxima legislatura com 69 deputados e o PMDB, com 66 deputados. Nenhum dos dois, até agora, sinalizou montar bloco com outros partidos.

Um bloco parlamentar é uma aliança entre legendas que decidem atuar como se fossem uma só dentro da Câmara. Na eleição para presidente da Casa, ter um bloco com muitos integrantes agrega força à candidatura.

Isso, segundo mostra a história do Legislativo, também pode forçar os outros competidores a negociar cargos e outras vantagens para que o bloco mude de posição e retire seu candidato.

No caso do PSB, seus integrantes dizem que a candidatura de Delgado é para valer. Nas últimas duas eleições para o cargo, ele concorreu mesmo sem apoio da legenda. Agora, seus colegas acreditam que ele participará de novo.

Com uma diferença: desta vez a cúpula do PSB se engajou na campanha.

Quem negocia a formação do bloco com os presidentes dos outros partidos é o próprio presidente do PSB, Carlos Siqueira, e o deputado Márcio França (PSB-SP), que ganhou importância ao ser eleito vice-governador de São Paulo neste ano.

Em 2011 e em 2013, o então presidente do PSB, o falecido governador Eduardo Campos, de Pernambuco, deixou Delgado à deriva, sem apoio institucional, e ajudou outros candidatos.

Neste ano, o PSB negocia ainda com o PSDB, do senador Aécio Neves, principal líder da oposição a Dilma. Os tucanos não fecharam posição ainda porque querem apoiar um candidato capaz de vencer o nome escolhido pelo PT, e que seja quem for, dizem alguns tucanos. Eles admitem até mesmo se aliar a Eduardo Cunha.

A simples abertura do diálogo entre PSB e PSDB é outra diferença com relação aos anos anteriores.

Em 2013, Aécio priorizou formar um bom relacionamento com o PMDB e apoiou a eleição de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), atual presidente da Câmara e integrante da base governista.

Por esse motivo, ele deixou de lado, naquela ocasião, a candidatura oposicionista de Delgado.

Fusão

O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), afirma que o bloco, se formado, deve continuar existindo mesmo depois da eleição do presidente - apesar de as regras permitirem sua rápida dissolução.

O ajuntamento é útil para todos seus integrantes porque a distribuição de cargos na Mesa Diretora da Câmara e as presidências das comissões temáticas costuma ser feita respeitando o tamanho de cada partido ou bloco.

Ou seja: quem é mais numeroso escolhe primeiro e pode receber mais cargos na estrutura de poder interno do Legislativo.

Além disso, diz Freire, essa aliança é uma aproximação entre as siglas que pode resultar, no futuro, numa fusão entre seu partido e o PSB. Ele afirma que as legendas, Partido Socialista Brasileiro e Partido Popular Socialista, têm pontos comuns em suas histórias e, caso a legislação se torne mais atraente para as fusões, a união pode ocorrer.

O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), diz que o grupo também trabalha para reproduzir o bloco em todas as assembleias legislativas estaduais.

A ideia, de acordo com ele, é manter a aliança até nas coligações eleitorais em 2016, para prefeitos e vereadores, e em 2018, para deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República.

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