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São Paulo para enquanto Dilma promete ouvir as ruas

Milhares de manifestantes ocuparam o centro da cidade em protesto que reuniu mais de 50 mil pessoas e terminou na Avenida Paulista

Dilma discursa no Palácio do Planalto: a presidente se comprometeu a ouvir os milhares de brasileiros que saírem às ruas para protestar (Evaristo Sa/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 09h09.

Rio de Janeiro - Ao menos 50 mil pessoas ocuparam o centro de São Paulo nesta terça-feira, enquanto a presidente Dilma Rousseff prometia ouvir os milhares de brasileiros que saem às ruas contra o aumento dos preços das passagens e os gastos astronômicos com a Copa do Mundo de 2014, entre outras reivindicações.

Milhares de manifestantes ocuparam a Praça da Sé, no centro de São Paulo , em um protesto que reuniu mais de 50 mil pessoas e acabou na Avenida Paulista.

No início da noite, um grupo tentou invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, o que levou à reação da Guarda Metropolitana.

As grades de proteção diante da prefeitura foram retiradas pelos manifestantes, que atiraram objetos contra os guardas municipais, que reagiram com gás de pimenta e bombas de efeito moral.

Diante do avanço dos manifestantes, os guardas municipais recuaram para dentro da prefeitura, enquanto integrantes dos protestos se dividiam entre invadir ou não o prédio.

Após alguns incidentes, os próprios manifestantes recolocaram as grades de proteção diante da prefeitura e evitaram a invasão.

Ainda diante da prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá, manifestantes incendiaram uma van de retransmissão da TV Record e uma cabine da PM, antes de saquear várias lojas e pichar a fachada - recém restaurada - do Teatro Municipal.

Os saques prosseguiram no centro da cidade e atingiram vários pontos, incluindo agências bancárias, uma lanchonete, uma loja de eletrodomésticos e uma joalheria.

No final da noite, manifestantes e a Polícia de Choque se enfrentaram na Rua Augusta.

"Estou aqui porque quero reclamar por todo este dinheiro usado nos estádios. Quero educação, hospitais, e ao menos ter uma cidade mais limpa", disse à AFP a estudante Alina Castro, 18 anos, na Praça da Sé.


O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, aceitou rever o preço das passagens de ônibus na capital paulista, após uma reunião com integrantes do Movimento Passe Livre, que prometem manter a mobilização até a anulação efetiva do aumento, de R$ 3,00 para R$ 3,20.

"Meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social", afirmou Dilma em um discurso no Palácio do Planalto, ao comentar o movimento que levou mais de 250 mil pessoas às ruas das principais cidades do país na véspera.

"Essas vozes das ruas precisam ser ouvidas", afirmou Dilma em um discurso no Palácio do Planalto.

"Esta mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público. As vozes das ruas querem mais cidadania, melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, direito à participação", acrescentou.

Dilma viajou a São Paulo nesta terça para se reunir com Haddad e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a redução do valor das passagens de ônibus na cidade de São Paulo.

Em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, outra manifestação reuniu ao menos cinco mil pessoas, que caminharam até a prefeitura da cidade.

Em Juazeiro do Norte, oito mil pessoas cercavam o prefeito da cidade refugiado em uma agência bancária.

Também ocorreram protestos em Manaus e Florianópolis.

Porto Alegre, Recife e outras cidades anunciaram esta terça-feira reduções no preço do transporte público, após os protestos.


Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a passagem de ônibus será reduzida de R$ 3,05 a R$ 2,80 após a isenção de um imposto, anunciou o prefeito José Fortunati, citado pela imprensa brasileira.

Em Pelotas, também no sul, a redução das passagens foi de 15 centavos, para R$ 2,60.

Em Recife e região metropolitana a tarifa caiu 10 centavos, assim como em Cuiabá (Mato Grosso), e em João Pessoa (Paraíba).

Milhares de pessoas prometem voltar às ruas nas principais cidades brasileiras depois do maior protesto realizado em décadas no país, que terminou em caos e violência no Rio de Janeiro e surpreendeu o governo por sua dimensão e intensidade.

Desafiando a afirmação popular de que os brasileiros são acomodados e não protestam, cerca de 240.000 pessoas marcharam na noite de segunda-feira por mais de 10 cidades para denunciar o aumento das passagens de ônibus e os multimilionários gastos com a Copa do Mundo de 2014 e seu ensaio-geral, a Copa das Confederações.

Os protestos, em sua maioria pacíficos, terminaram, no entanto, com violência em várias cidades, principalmente no Rio. Os manifestantes foram dispersados pela polícia com gás lacrimogêneo e balas de borracha quando tiveram início cenas de vandalismo, destruição do bem público ou quando, em Belo Horizonte, os manifestantes tentaram se aproximar do estádio Mineirão, onde era disputada a partida Taiti-Nigéria.

Os manifestantes, em sua maioria jovens sem partido e de classe média, exigem, além da revogação do aumento do preço no transporte público, melhorias na qualidade deste serviço, assim como inúmeras outras reivindicações, como melhor educação e saúde pública e até o fim da corrupção.

Novas manifestações estão convocadas para quinta-feira em várias cidades do país, incluindo o Rio de Janeiro, uma das seis cidades-sede da Copa das Confederações.


A maior e mais violenta das manifestações de segunda-feira aconteceu no centro do Rio, onde algumas dezenas dos 100.000 manifestantes tentaram invadir a Assembleia Legislativa, atearam fogo em um carro e feriram e fizeram 20 policiais se entrincheirarem junto a outros colegas dentro do edifício, além de destruir bens públicos e saquear lojas vizinhas.

Ao menos dois manifestantes ficaram feridos no tiroteio travado durante os distúrbios.

O protesto terminou depois de seis horas, quando os 100 integrantes do Batalhão de Choque da polícia militar dispersaram os manifestantes violentos com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

"O governo investiu dinheiro público na Copa ao invés de investir em educação, que é péssima. Estamos muito chateados com a Dilma, que está acabando com o país e, por isso, o povo está nas ruas", declarou à AFP uma das manifestante cariocas, Rosange Campos.

Em São Paulo, onde marcharam cerca de 65.000 manifestantes, um grupo tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, mas foi dispersado pela polícia.

Cenas parecidas se repetiram em Belo Horizonte e Porto Alegre, onde os manifestantes destruíram dezenas de lixeiras na principal avenida da cidade.

Em Brasília, mais de 5.000 manifestantes cercaram o Congresso Nacional e centenas deles, eufóricos, invadiram a rampa de acesso e conseguiram subir na cobertura, onde entoaram palavras de ordem, mas o protesto permaneceu pacífico.

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Rio de Janeiro - Ao menos 50 mil pessoas ocuparam o centro de São Paulo nesta terça-feira, enquanto a presidente Dilma Rousseff prometia ouvir os milhares de brasileiros que saem às ruas contra o aumento dos preços das passagens e os gastos astronômicos com a Copa do Mundo de 2014, entre outras reivindicações.

Milhares de manifestantes ocuparam a Praça da Sé, no centro de São Paulo , em um protesto que reuniu mais de 50 mil pessoas e acabou na Avenida Paulista.

No início da noite, um grupo tentou invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, o que levou à reação da Guarda Metropolitana.

As grades de proteção diante da prefeitura foram retiradas pelos manifestantes, que atiraram objetos contra os guardas municipais, que reagiram com gás de pimenta e bombas de efeito moral.

Diante do avanço dos manifestantes, os guardas municipais recuaram para dentro da prefeitura, enquanto integrantes dos protestos se dividiam entre invadir ou não o prédio.

Após alguns incidentes, os próprios manifestantes recolocaram as grades de proteção diante da prefeitura e evitaram a invasão.

Ainda diante da prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá, manifestantes incendiaram uma van de retransmissão da TV Record e uma cabine da PM, antes de saquear várias lojas e pichar a fachada - recém restaurada - do Teatro Municipal.

Os saques prosseguiram no centro da cidade e atingiram vários pontos, incluindo agências bancárias, uma lanchonete, uma loja de eletrodomésticos e uma joalheria.

No final da noite, manifestantes e a Polícia de Choque se enfrentaram na Rua Augusta.

"Estou aqui porque quero reclamar por todo este dinheiro usado nos estádios. Quero educação, hospitais, e ao menos ter uma cidade mais limpa", disse à AFP a estudante Alina Castro, 18 anos, na Praça da Sé.


O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, aceitou rever o preço das passagens de ônibus na capital paulista, após uma reunião com integrantes do Movimento Passe Livre, que prometem manter a mobilização até a anulação efetiva do aumento, de R$ 3,00 para R$ 3,20.

"Meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social", afirmou Dilma em um discurso no Palácio do Planalto, ao comentar o movimento que levou mais de 250 mil pessoas às ruas das principais cidades do país na véspera.

"Essas vozes das ruas precisam ser ouvidas", afirmou Dilma em um discurso no Palácio do Planalto.

"Esta mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público. As vozes das ruas querem mais cidadania, melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, direito à participação", acrescentou.

Dilma viajou a São Paulo nesta terça para se reunir com Haddad e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a redução do valor das passagens de ônibus na cidade de São Paulo.

Em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, outra manifestação reuniu ao menos cinco mil pessoas, que caminharam até a prefeitura da cidade.

Em Juazeiro do Norte, oito mil pessoas cercavam o prefeito da cidade refugiado em uma agência bancária.

Também ocorreram protestos em Manaus e Florianópolis.

Porto Alegre, Recife e outras cidades anunciaram esta terça-feira reduções no preço do transporte público, após os protestos.


Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a passagem de ônibus será reduzida de R$ 3,05 a R$ 2,80 após a isenção de um imposto, anunciou o prefeito José Fortunati, citado pela imprensa brasileira.

Em Pelotas, também no sul, a redução das passagens foi de 15 centavos, para R$ 2,60.

Em Recife e região metropolitana a tarifa caiu 10 centavos, assim como em Cuiabá (Mato Grosso), e em João Pessoa (Paraíba).

Milhares de pessoas prometem voltar às ruas nas principais cidades brasileiras depois do maior protesto realizado em décadas no país, que terminou em caos e violência no Rio de Janeiro e surpreendeu o governo por sua dimensão e intensidade.

Desafiando a afirmação popular de que os brasileiros são acomodados e não protestam, cerca de 240.000 pessoas marcharam na noite de segunda-feira por mais de 10 cidades para denunciar o aumento das passagens de ônibus e os multimilionários gastos com a Copa do Mundo de 2014 e seu ensaio-geral, a Copa das Confederações.

Os protestos, em sua maioria pacíficos, terminaram, no entanto, com violência em várias cidades, principalmente no Rio. Os manifestantes foram dispersados pela polícia com gás lacrimogêneo e balas de borracha quando tiveram início cenas de vandalismo, destruição do bem público ou quando, em Belo Horizonte, os manifestantes tentaram se aproximar do estádio Mineirão, onde era disputada a partida Taiti-Nigéria.

Os manifestantes, em sua maioria jovens sem partido e de classe média, exigem, além da revogação do aumento do preço no transporte público, melhorias na qualidade deste serviço, assim como inúmeras outras reivindicações, como melhor educação e saúde pública e até o fim da corrupção.

Novas manifestações estão convocadas para quinta-feira em várias cidades do país, incluindo o Rio de Janeiro, uma das seis cidades-sede da Copa das Confederações.


A maior e mais violenta das manifestações de segunda-feira aconteceu no centro do Rio, onde algumas dezenas dos 100.000 manifestantes tentaram invadir a Assembleia Legislativa, atearam fogo em um carro e feriram e fizeram 20 policiais se entrincheirarem junto a outros colegas dentro do edifício, além de destruir bens públicos e saquear lojas vizinhas.

Ao menos dois manifestantes ficaram feridos no tiroteio travado durante os distúrbios.

O protesto terminou depois de seis horas, quando os 100 integrantes do Batalhão de Choque da polícia militar dispersaram os manifestantes violentos com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

"O governo investiu dinheiro público na Copa ao invés de investir em educação, que é péssima. Estamos muito chateados com a Dilma, que está acabando com o país e, por isso, o povo está nas ruas", declarou à AFP uma das manifestante cariocas, Rosange Campos.

Em São Paulo, onde marcharam cerca de 65.000 manifestantes, um grupo tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, mas foi dispersado pela polícia.

Cenas parecidas se repetiram em Belo Horizonte e Porto Alegre, onde os manifestantes destruíram dezenas de lixeiras na principal avenida da cidade.

Em Brasília, mais de 5.000 manifestantes cercaram o Congresso Nacional e centenas deles, eufóricos, invadiram a rampa de acesso e conseguiram subir na cobertura, onde entoaram palavras de ordem, mas o protesto permaneceu pacífico.

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