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Protestos mostram solidez da democracia, diz Temer

As manifestações populares que defenderam a saída de Dilma mostram a solidez da democracia e não prejudicam a imagem do país, segundo Michel Temer


	O vice-presidente Michel Temer: ele classificou de “impensáveis” as discussões sobre um eventual impeachment de Dilma
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O vice-presidente Michel Temer: ele classificou de “impensáveis” as discussões sobre um eventual impeachment de Dilma (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2015 às 21h38.

As manifestações populares que defenderam a saída da presidente Dilma Rousseff mostram a solidez da democracia brasileira e não prejudicam a imagem do país no exterior, disse hoje (20) o vice-presidente Michel Temer.

Em entrevista a jornalistas durante um seminário de empresários em Lisboa, Portugal, ele classificou de “impensáveis” as discussões sobre um eventual impeachment de Dilma.

“Estou convencido que, na verdade, isso [as manifestações] é fruto dos critérios democráticos que adotamos nos últimos tempos. O povo, quando vai às ruas, pede melhorias. O que nós temos de fazer, abertos ao alerta feito pelo povo, é exatamente atender a esses pleitos. Não creio que isso tenha desmerecido a figura do Brasil no exterior”, comentou.

Ao ser perguntado sobre as reivindicações de impeachment, Temer disse ser algo impensável "porque nós temos que ter tranquilidade institucional no nosso país. Não podemos abalar as nossas instituições democráticas falando desse assunto. Volto a dizer: é matéria impensável”.

O vice-presidente fez a declaração em resposta a uma pergunta sobre o efeito das manifestações na credibilidade do país, no meio empresarial estrangeiro. Acompanhado do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, Temer participou do Seminário Empresarial Brasil–Portugal, que reuniu empresários dos dois países.

Sobre o exercício da articulação política e as relações com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o vice-presidente disse que o relacionamento entre os dois é o melhor possível e que eles são “companheiros de ação”, até por serem do mesmo partido. Temer elogiou a declaração do presidente da Câmara, que, durante o fim de semana, manifestou-se contrário à tese de impeachment de Dilma por causa das investigações do Tribunal de Contas da União (TCU).

O TCU considerou irregular prática do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em pagar benefícios como o Bolsa Família, o seguro-desemprego e o abono salarial antes do repasse dos recursos da União. Para a Advocacia-Geral da União (AGU), a prática não pode ser considerada operação de crédito porque ocorria por períodos muito curtos, de poucos dias, até que o Tesouro Nacional fizesse o repasse à Caixa e ao Banco do Brasil.

“Ontem [19], o Eduardo Cunha acabou declarando uma coisa extremamente útil. Quando se quer eventualmente falar no impedimento da presidente, ele foi logo dizendo que não cabia a hipótese. Isso é uma tarefa do PMDB. O PMDB está nessa posição e Eduardo Cunha está precisamente retratando essa posição”, disse Temer.

O vice-presidente se disse confiante na aprovação, pelo Senado, da indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF). “Sou da área jurídica e conheço o ministro indicado. Sei que ele é um jurista da melhor qualidade. Tenho a sensação de que o Senado estará sensibilizado para as qualificações jurídicas do professor Fachin”.

Em relação a perspectivas de negócios entre Brasil e Portugal, Temer disse esperar que o governo português compre aviões brasileiros. “Acho importantíssimo. A Embraer [fabricante de aviões brasileira] tem grande atuação em Portugal. Ainda há pouco tomei contato com os interesses de Portugal em comprar seis aviões KC-390. Espero que isso venha a acontecer”, concluiu.

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