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Protesto em São Paulo chega a Siemens

Organizadores do protesto disseram que o ato tem como objetivo investigação sobre formação de cartéis para obras públicas


	Logo da Siemens: grupo de manifestantes protesta em frente à unidade da empresa Siemens, no bairro da Lapa, zona oeste
 (Guenter Schiffmann/Bloomberg)

Logo da Siemens: grupo de manifestantes protesta em frente à unidade da empresa Siemens, no bairro da Lapa, zona oeste (Guenter Schiffmann/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2013 às 13h16.

São Paulo – A passeata do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) deixou a Marginal Tietê, na capital paulista, por volta das 12h. O grupo protesta, neste momento, em frente à unidade da empresa Siemens, no bairro da Lapa, zona oeste. Antes, os manifestantes passaram pela unidade da Alston, na Marginal Tietê, onde gritaram palavras de ordem contra a instituição e fizeram pichações nas paredes da empresa e no asfalto.

Organizadores do protesto disseram que o ato tem como objetivo cobrar investigação sobre corrupção envolvendo as duas empresas na formação de cartéis para obras públicas, entre elas de sistemas de metrô.

Evandro Mariano da Silva veio de Altamira (PA) para a manifestação. O agricultor vive há 15 anos em uma propriedade rural de 200 hectares, onde planta cacau, milho e arroz. Embora seu terreno esteja distante dos locais que serão inundados para a instalação da Usina de Belo Monte, Evandro diz sofrer consequências negativas trazidas para toda a cidade. “Os nossos hospitais estão superlotados, os colégios também. A cidade inchou, ninguém consegue mais viver como antigamente”.

O agricultor estima que o número de habitantes no município chegou a triplicar com a chegada dos operários e funcionários envolvidos com Belo Monte. Ele reclama que a estrutura de Altamira não evoluiu.

Outro ponto levantado por ele é o sofrimento das famílias ribeirinhas. “Sinto a dor das pessoas que moram lá onde vai ser alagado, o pessoal ribeirinho, os indígenas, o povo que mora nos lugares mais baixos da cidade, eles não sabem para onde ir”, disse.

Walter Cruz Moreira, apicultor de Carolina (MA), conta que está sendo prejudicado pela Hidrelétrica de Estreito, construída há dois anos, a 100 quilômetros da cidade. Por causa da hidrelétrica, foram derrubados 22 alqueires da área de florada das abelhas, que alcança 115 hectares. Isso afetou a sua produção de mel, que antes era 5 mil litros por ano e caiu para 200 litros ao ano. “Nunca fui ressarcido, alguém tem que tomar uma atitude e nos pagar”, reclamou.

Em apoio ao MAB, também participam dos protestos outras organizações, como o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimento dos Agricultores e das Mulheres Camponesas. Um alqueire tem 2,42 hectares. Por sua vez, 1 hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial.

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