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Professores de Pernambuco protestam por piso nacional

O piso nacional é determinado pela Lei Federal 11.738, sancionada em 2008, e era uma reivindicação histórica dos professores brasileiros

Pernambuco: “Também cobramos do governo melhores condições de trabalho, (...) mais de 70% das escolas com muitos problemas estruturais" (Leo Caldas/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2016 às 15h56.

Professores da rede pública estadual de Pernambuco se uniram na manhã de hoje (6) a outros movimentos sociais para pressionar o governo em um protesto pelo pagamento do piso nacional da categoria, além de exigir melhores condições de trabalho e estrutura para as escolas do estado.

O protesto ocorreu no bairro do Pina, zona sul do Recife, onde fica a Secretaria de Administração de Pernambuco. A caminhada saiu da Igreja do Pina e chegou a interditar brevemente a Avenida Boa Viagem, na orla marítima, antes de parar na frente da secretaria.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), que representa cerca de 45 mil docentes, foi a entidade organizadora do ato, que também contou com apoio de organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

O piso nacional é determinado pela Lei Federal 11.738, sancionada em 2008, e era uma reivindicação histórica dos professores brasileiros.

Ela estabelece que o reajuste seja anual e de acordo com a variação no valor anual mínimo por aluno.

A última mudança do Ministério da Educação ocorreu em janeiro deste ano. O salário-base passou de R$ 1.917,78 para R$ 2.135,64.

Para igualar os salários pernambucanos com o determinado legalmente, a categoria pede um aumento de 11,36% - o mesmo percentual do piso -, retroativo ao primeiro dia de 2016.

De acordo com o presidente do Sintepe, Fernando Melo, o reajuste faz parte de uma pauta que vai além da reposição salarial e foi entregue no dia 17 de março ao estado.

“Também cobramos do governo melhores condições de trabalho, uma vez que temos mais de 70% das escolas com muitos problemas estruturais. Estamos cobrando formação continuada, já que nosso papel é formar o cidadão e repassar o conteúdo histórica e cientificamente acumulado. Estamos discutindo a questão da jornada de trabalho, que hoje é estressante, chegando a três expedientes na maior parte dos dias. Temos uma pauta ampla sobre a educação. Por isso, somos apoiados por diversos movimentos da sociedade”, acrescentou Melo.

O sindicalista esclareceu que o governo ainda não anunciou qualquer medida e não viabilizou nenhum canal de negociação.

"Tivemos um contato para o próximo dia 10, uma conversa, uma negociação com o secretário de Educação, mas para tratar apenas da parte pedagógica da pauta, que tem de ser tratada como um todo, incluindo a parte financeira. Então, estamos cobrando a participação do secretário de Administração nessa reunião do dia 10”, destacou Fernando Melo.

Em nota, a Secretaria de Administração de Pernambuco informou que o estado adotou uma política de recuperação dos salários dos professores entre 2007 e 2014, com ganho de 100% acima da inflação, mas a crise econômica nacional que repercutiu nas contas estaduais impediu a continuidade do projeto.

No documento, a secretaria afirmou que Pernambuco foi o primeiro estado a pagar o piso nacional dos professores e que, em 2016, "o governo não se afastará de sua obrigação e cumprirá mais uma vez a lei que estabelece o reajuste do piso".

A reunião do próximo dia 10 de maio foi confirmada com a presença do secretário de Educação, Fred Amâncio, mas não com a do secretário de Administração, como exigido pela categoria.

Ainda nesta sexta-feira à tarde, a partir de 14h, os professores fazem uma assembleia para definir os próximos passos da mobilização.

Estudantes na rua

Em meio às ocupações de estudantes no Rio de Janeiro e em São Paulo, alunos da rede pública também participam da mobilização dos professores, ainda que de maneira tímida.

Grupos do interior acompanharam os profissionais de suas escolas para denunciar a falta de estrutura das escolas e apoiar a luta pelo reajuste dos docentes.

A exemplo de um grupo de alunos da Escola Estadual José de Lima Júnior, de Carpina, cidade do interior de Pernambuco, localizada a 65 km de distância do Recife, João Filipe Ferreira, 17 anos, criticpu as condições precárias do prédio onde estuda, além de apoiar o pagamento do piso para os docentes.

“Os ventiladores estão quebrados, o laboratório de química não pega e estamos em busca de melhorias na merenda escolar”, denunciou João Filipe.

Já a turma de Amanda Mikaela Santos Silva, 15 anos, veio do município de Barreiros, a cerca de 100 km do Recife, para apoiar os professores da escola.

Aluna do 2º ano do ensino médio, ela levou um cartaz com a mensagem "Professor, eu desejo a você o salário de um deputado e o prestígio de um jogador de futebol. #tamojuntopelaeducação".

Para Amanda, o protesto não se resume a isso. "Essa semana não tinha laboratório e nem lápis para escrever no quadro." Segundo ela, a Escola Estadual Eremdag também não tem laboratório na instituição.

Matheus José da Silva, 16 nos, também do 2º ano do ensino médio do Eremdag, confirmou a falta de estrutura do estabelecimento. “Está faltando caneta para os professores, a quadra não foi refeita e o banheiro tá mal.”

De acordo com Matheus, as notícias divulgadas na internet sobre o movimento dos estudantes secundaristas do Rio e de São Paulo despertou o interesse dos alunos para a mobilização. “Foi o que me ajudou a vir”, concluiu o estudante.

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Professores da rede pública estadual de Pernambuco se uniram na manhã de hoje (6) a outros movimentos sociais para pressionar o governo em um protesto pelo pagamento do piso nacional da categoria, além de exigir melhores condições de trabalho e estrutura para as escolas do estado.

O protesto ocorreu no bairro do Pina, zona sul do Recife, onde fica a Secretaria de Administração de Pernambuco. A caminhada saiu da Igreja do Pina e chegou a interditar brevemente a Avenida Boa Viagem, na orla marítima, antes de parar na frente da secretaria.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), que representa cerca de 45 mil docentes, foi a entidade organizadora do ato, que também contou com apoio de organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

O piso nacional é determinado pela Lei Federal 11.738, sancionada em 2008, e era uma reivindicação histórica dos professores brasileiros.

Ela estabelece que o reajuste seja anual e de acordo com a variação no valor anual mínimo por aluno.

A última mudança do Ministério da Educação ocorreu em janeiro deste ano. O salário-base passou de R$ 1.917,78 para R$ 2.135,64.

Para igualar os salários pernambucanos com o determinado legalmente, a categoria pede um aumento de 11,36% - o mesmo percentual do piso -, retroativo ao primeiro dia de 2016.

De acordo com o presidente do Sintepe, Fernando Melo, o reajuste faz parte de uma pauta que vai além da reposição salarial e foi entregue no dia 17 de março ao estado.

“Também cobramos do governo melhores condições de trabalho, uma vez que temos mais de 70% das escolas com muitos problemas estruturais. Estamos cobrando formação continuada, já que nosso papel é formar o cidadão e repassar o conteúdo histórica e cientificamente acumulado. Estamos discutindo a questão da jornada de trabalho, que hoje é estressante, chegando a três expedientes na maior parte dos dias. Temos uma pauta ampla sobre a educação. Por isso, somos apoiados por diversos movimentos da sociedade”, acrescentou Melo.

O sindicalista esclareceu que o governo ainda não anunciou qualquer medida e não viabilizou nenhum canal de negociação.

"Tivemos um contato para o próximo dia 10, uma conversa, uma negociação com o secretário de Educação, mas para tratar apenas da parte pedagógica da pauta, que tem de ser tratada como um todo, incluindo a parte financeira. Então, estamos cobrando a participação do secretário de Administração nessa reunião do dia 10”, destacou Fernando Melo.

Em nota, a Secretaria de Administração de Pernambuco informou que o estado adotou uma política de recuperação dos salários dos professores entre 2007 e 2014, com ganho de 100% acima da inflação, mas a crise econômica nacional que repercutiu nas contas estaduais impediu a continuidade do projeto.

No documento, a secretaria afirmou que Pernambuco foi o primeiro estado a pagar o piso nacional dos professores e que, em 2016, "o governo não se afastará de sua obrigação e cumprirá mais uma vez a lei que estabelece o reajuste do piso".

A reunião do próximo dia 10 de maio foi confirmada com a presença do secretário de Educação, Fred Amâncio, mas não com a do secretário de Administração, como exigido pela categoria.

Ainda nesta sexta-feira à tarde, a partir de 14h, os professores fazem uma assembleia para definir os próximos passos da mobilização.

Estudantes na rua

Em meio às ocupações de estudantes no Rio de Janeiro e em São Paulo, alunos da rede pública também participam da mobilização dos professores, ainda que de maneira tímida.

Grupos do interior acompanharam os profissionais de suas escolas para denunciar a falta de estrutura das escolas e apoiar a luta pelo reajuste dos docentes.

A exemplo de um grupo de alunos da Escola Estadual José de Lima Júnior, de Carpina, cidade do interior de Pernambuco, localizada a 65 km de distância do Recife, João Filipe Ferreira, 17 anos, criticpu as condições precárias do prédio onde estuda, além de apoiar o pagamento do piso para os docentes.

“Os ventiladores estão quebrados, o laboratório de química não pega e estamos em busca de melhorias na merenda escolar”, denunciou João Filipe.

Já a turma de Amanda Mikaela Santos Silva, 15 anos, veio do município de Barreiros, a cerca de 100 km do Recife, para apoiar os professores da escola.

Aluna do 2º ano do ensino médio, ela levou um cartaz com a mensagem "Professor, eu desejo a você o salário de um deputado e o prestígio de um jogador de futebol. #tamojuntopelaeducação".

Para Amanda, o protesto não se resume a isso. "Essa semana não tinha laboratório e nem lápis para escrever no quadro." Segundo ela, a Escola Estadual Eremdag também não tem laboratório na instituição.

Matheus José da Silva, 16 nos, também do 2º ano do ensino médio do Eremdag, confirmou a falta de estrutura do estabelecimento. “Está faltando caneta para os professores, a quadra não foi refeita e o banheiro tá mal.”

De acordo com Matheus, as notícias divulgadas na internet sobre o movimento dos estudantes secundaristas do Rio e de São Paulo despertou o interesse dos alunos para a mobilização. “Foi o que me ajudou a vir”, concluiu o estudante.

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