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Professores da UnB exigem rediscussão de fim da greve

Eles dizem que só saem de lá se a Adunb convocar nova assembleia, imediatamente, para rediscutir a decisão


	Professores invadem associação da UnB: o resultado é que o fim da greve foi aprovado por 130 votos a 115, com 3 abstenções
 (Elza fiúza/ABr)

Professores invadem associação da UnB: o resultado é que o fim da greve foi aprovado por 130 votos a 115, com 3 abstenções (Elza fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 20h20.

Brasília – Professores da Universidade de Brasília (UnB) que não aceitam o fim da greve, decidida em assembleia na última sexta-feira (17), ocuparam no início desta tarde, a Casa do Professor, sede da Associação dos Docentes (Adunb), no campus da instituição. Eles dizem que só saem de lá se a Adunb convocar nova assembleia, imediatamente, para rediscutir a decisão. A associação recebeu um pedido formal neste sentido, assinado por mais de 250 professores, entre eles o reitor José Geraldo de Souza Jr., mas informou que só poderá convocar nova assembleia para sexta-feira, conforme seu regimento interno.

A sede da Adunb foi ocupada pelo comando de greve quando a primeira vice-presidente da associação, Therèse Hofman, dava entrevista à Agência Brasil para apresentar a versão da diretoria sobre a decisão tomada na semana passada. O documento entregue à diretoria da Adunb diz que “a aprovação da saída da greve é eticamente contestável dada a forma como o processo transcorreu” e que o fim do movimento deve passar por "um amplo debate entre os professores", que deveria ter ocorrido hoje (21).

As duas primeiras assinaturas do documento são do reitor da UnB e do decano de Ensino de Graduação, José Américo Soares Garcia. Pelo regimento da Adunb, para que o pedido seja considerado, são necessárias pelo menos 250 assinaturas, que correspondem a 10% do total de filiados à associação, e o pedido supera este número. Entretanto, segundo Therèse Hofman, o regimento prevê também prazo de 48 horas para marcação da assembleia solicitada pelos signatários, e depois pelo menos mais 48 horas para divulgação da data da reunião. Como o pedido foi recebido às 19h de ontem (20), se os prazos forem cumpridos à risca, a assembleia não será realizada antes de sexta-feira, como está exigindo o comando de greve dos professores.


O impasse surgiu na assembleia de sexta-feira, depois de suspensa a reunião da véspera, para que os grevistas pudessem participar de uma manifestação de servidores públicos na Esplanada dos Ministérios. Depois de negociações entre o comando local de greve e a diretoria da Adunb, a pauta ficou definida com três itens: informes, adiamento da consulta (eleição) para reitor e encaminhamentos. Não estava prevista a discussão sobre o fim da greve dos professores, que atinge 56 das 59 universidades federais do país há quase dois meses.

Segundo Therèse Hofman, durante a assembleia, um professor pediu que se fizesse essa avaliação, e o pedido foi aprovado em votação. "Não houve ilegalidade nisso, pois faz parte dos nosso procedimentos de rotina nas assembleias.”

O resultado é que o fim da greve foi aprovado por 130 votos a 115, com 3 abstenções. De acordo com Therèse, a assembleia e os partidários da greve não aceitaram o resultado e promoveram um tumulto, inclusive apagando as luzes da sala e ofendendo colegas que votaram pelo encerramento da paralisação. Antes disso, foi rejeitada a proposta de adiamento da eleição do novo reitor. Nota oficial da Adunb informou que aquela assembleia tinha sido convocada a pedido do comando local de greve e que nenhuma proposta foi encaminhada pela diretoria da entidade.

Em meio ao impasse, a eleição do novo reitor da UnB está confirmada para amanhã (22) e quinta-feira (23), já que a proposta de adiamento foi rejeitada na semana passada. Há dez candidatos, dos quais quatro pertencem à reitoria atual, o que indica que a universidade está dividida.

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